O vereador do Ambiente da Câmara de Lousada, Manuel Nunes, defendeu que a 3.ª Conferência sobre a Bolota que decorreu, este fim-de-semana no concelho, se enquadra com a estratégia ambiental que o município vem desenvolvendo.
Refira-se que a bolota é um produto com potencial, em Lousada, na medida em que existem vários carvalhais no território.
Citado em comunicado, o autarca expressou que é urgente a preservação destas árvores e, nesse sentido, existe uma estratégia em curso – Gigantes Verdes – onde foram já identificadas sete mil árvores de interesse ecológico, onde quase metade são carvalhos.
“O trabalho de inventário e de reconhecimento do que é a nossa matriz em termos florestais é fundamental para que possamos salvaguardar, conservar e potenciar, através desse património, a questão da bolota”, disse.
O vereador recordou que “o município está e desenvolver o seu trabalho no apoio a todos os que pretendem desenvolver as acções de plantação, como os proprietários dos terrenos, os agentes locais e os voluntários, que assumem um papel fundamental na salvaguarda do património”.
Foram plantadas até agora 40 mil árvores pretendemos que durante este inverno sejam plantadas mais 20 mil.
Além da abordagem histórica, científica, económica e socio-cultural, com foco na sustentabilidade, na nutrição e na transformação, ao longo dos dois dias decorreu uma mostra/venda de produtos de bolota e exposição de trabalhos sobre a temática, realizados pelos alunos das escolas de Lousada.
O primeiro dia de trabalhos integrou ainda uma acção de reflorestação no terreno e a apresentação da Confraria da Bolota.
O segundo dia da conferência iniciou com uma visita aos Carvalhais de Fafe, a maior área contínua de carvalhal da Península Ibérica. O grupo foi recebido pela vereadora responsável da Câmara de Fafe e pelo Presidente da Junta de Freguesia local. Para além do carvalhal, os participantes puderam visitar o Moinho de Casca de Carvalho, e o Museu do Povo e do Moinho de Aboim.
No encerramento da conferência foi apresentado o livro infantil “Carlota, a Bolota”, de Susana Machado.
No âmbito da conferência decorreu ainda a apresentação do terceiro número da Lucanus, revista de Ambiente e Sociedade, uma edição do município.
A Lucanus é composta por oito artigos, sendo três deles dedicados a projectos implementados em Lousada. Assim, o “Processo Participativo para a elaboração do Plano de Gestão da Paisagem Protegida do Sousa Interior”, “Lousada Charcos: uma rede Municipal para a diversidade aquática” e “Gigantes Verdes: as árvores de grande porte do concelho de Lousada” são os temas desenvolvidos em Lousada.
A revista contém ainda os artigos “Mar da minha terra. Frente Atlântica de Almada”, “À descoberta dos invertebrados de Vila Real” e “A incubadora de Base Rural de Guimarães”.
“A estratégia de educação ambiental no Município de Setúbal” e “Jornadas Pedagógicas de Educação Ambiental da ASPEA: um percurso de 25 anos” são os últimos temas deste terceiro número da publicação.
Referindo-se à apresentação da revista, Manuel Nunes, avançou que “a apresentação do 3.º número da Lucanus, reflecte o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos anos. Esta publicação dá a conhecer a vários públicos o que é feito no nosso território. Aliás, a premência e oportunidade da revista surge também da percepção de que era necessário colmatar uma falha a nível municipal e a nível editorial no país e que se relaciona com a área ambiental, chegando de um modo claro e simples à população”.
A publicação surgiu com o intuito de garantir o intercâmbio de conhecimento e de novas perspectivas nas áreas da Conservação, da Gestão e Valorização dos Recursos Naturais.
Trata-se de um projecto pioneiro que constitui uma aposta da Câmara Municipal de Lousada em estreita colaboração com o Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro e que conta com o apoio do Ministério do Ambiente e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
A Lucanus afirma-se como uma publicação técnico-científica que visa proporcionar um conjunto de informação de extrema relevância para a conservação e fomento do património natural, assim como para o apoio à tomada de decisão. A equipa técnica é composta pela Universidade de Aveiro, na parte científica, e na coordenação editorial está a cargo de João Carvalho, desde o primeiro número.