Foto: Câmara Municipal de Paredes

Conceição Bessa Ruão anunciou que é candidata à presidência da Câmara Municipal de Paredes. A social-democrata diz que tomou a decisão de avançar por acreditar que é capaz de servir o concelho na vertente social e económica e por ser alguém que sabe associar a dinâmica necessária, a “maturidade” e a “experiência” a uma perspectiva de “proximidade e de afectos” que as pessoas esperam de um presidente de câmara.

A ex-deputada à Assembleia da República diz que se sente apoiada pela população com quem se cruza e que o apoio do partido e dos militantes tem que ser conquistado. “Ninguém pode afirmar que tem o apoio de todos ou da grande maioria. Esse apoio conquista-se, afirmou ao VERDADEIRO OLHAR.

A candidata sustenta ainda que avança contra a “inevitabilidade” de haver um só candidato e dar a hipótese de escolha aos militantes. “Julgo que terei o apoio do PSD”, sustenta. Não se trata de condicionar o partido, cabendo agora aos órgãos tomar as suas decisões e apoiar “com base em critérios objectivos, o candidato que melhor cumprir os desígnios do partido”, defende ainda Conceição Bessa Ruão. “Não me candidato contra ninguém”, acrescenta.

Recorde-se que, recentemente, também Rui Moutinho, director financeiro da autarquia, apresentou uma candidatura, propondo-se a ser o candidato do PSD.

Os órgãos internos do partido ainda não avaliaram qualquer das candidaturas.

 

“Julgo que terei o apoio do PSD”

É preciso continuar a apostar na área social, na procura de soluções que permitam aos empresários criar mais oportunidades de negócio, para gerarem mais emprego e crescimento económico; continuar a incentivar a instalação de empresas nacionais e estrangeiras no concelho; fixar pessoas e atrair outras para viver no concelho. É por estes e por outros motivos que Conceição Bessa Ruão acredita que pode ser uma mais-valia como presidente da Câmara Municipal de Paredes. “Sem perder de vista a dimensão de proximidade e de afectos que as pessoas esperam encontrar na presidente que se cruzará com eles, falará para eles, mesmos sendo difíceis as respostas que por vezes terão de ser dadas”, defende a social-democrata, salientando a sua experiência e maturidade profissional quer no sector público quer privado.

Além disso, “Paredes nunca teve uma mulher como presidente e julgo que é chegada a hora”, diz a candidata.

Apoio da população já o sente: “quando ando às compras, quando faço exercício ao ar livre nas ruas e caminhos das freguesias por onde passo e por onde vou ao seu encontro, quando vou ao posto médico…”. Já o apoio do partido e dos militantes é o caminho que todos aqueles que querem ser candidatos têm agora que percorrer, defende. “Ninguém pode afirmar que tem o apoio de todos ou da grande maioria. Esse apoio conquista-se pelas relações interpessoais” e pelos “gestos simples” e, no final, caberá à população decidir em quem depositar o seu voto.

“Decidir ser candidato ou não, é uma escolha pessoal. As competências da Comissão Política Concelhia, do Plenário e da Distrital serão exercidas no momento em que todos estiverem de acordo que é chegada a hora para tal”, responde quando questionada sobre se a apresentação desta candidatura fora dos órgãos internos do partido não estará quebrar as regras e a condicionar o processo. “Cada órgão tomará as decisões que entender e apoiará, julgo eu, com base em critérios objectivos, o candidato que melhor cumprir os desígnios do partido”, acredita Conceição Bessa Ruão que, defensora de eleições primárias, acha que é tempo de ir para o terreno e convencer os militantes.

A social-democrata salienta que a sua candidatura é conta a “inevitabilidade” de não haver escolha entre candidatos com perfis diferentes e com competências específicas de governação consolidadas. “A minha candidatura é assumida, livre, amadurecida, assente num espírito de serviço. Foi sempre assim nos momentos em que assumi e defendi a causa pública. Julgo que terei o apoio do PSD”, crê.

 

“Não me candidato contra ninguém”

Conceição Bessa Ruão afirma ainda que não se candidata “contra ninguém” e, sobre a candidatura de Rui Moutinho, que há “diferentes perfis para diferentes lugares numa equipa de um executivo municipal”. “Não temos de ser todos presidentes, nem poderemos deixar de ter um presidente. A partir daqui, e numa base de candidatura agregadora, não podemos falar por agora de excluídos”, refere.

Por outro lado, diz que tem noção “das cedências que é preciso fazer quando se assumem candidaturas onde é desejável e se espera o maior consenso possível”. Por isso, caso não reúna o apoio do partido e dependendo se sente que “os anseios das pessoas do concelho estão a ser devidamente ponderados e salvaguardados”, decidirá avançar ou não com uma candidatura independente.

Continua a defender, apesar de o CDS-PP já ter vindo a público negar qualquer intenção que isso aconteça para já, que uma coligação com o partido seria “natural” “face à bipolarização instalada”. “Quanto ao comunicado do CDS-PP local tenho a certeza que uma grande parte do CDS não se revê nele e vale por isso o que vale”, constata.