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A Clínica do Pé Diabético realizou 5800 consultas e mais de seis mil técnicas complementares de diagnóstico no ano passado, permitindo “tratar milhares de doentes de forma diferenciada e multidisciplinar”. Os números foram hoje anunciados, permitindo ainda aferir que a ULS Tâmega e Sousa tem “as taxas mais baixas de amputação a nível nacional”

As consultas na Clínica do Pé Diabético chegam a reunir 14 especialidades médicas e, em casos de uma avaliação mais complexa, podem estar ainda envolvidas áreas como a “cirurgia, ortopedia, fisiatria, podologia e enfermagem”, lê-se em nota de imprensa da ULS, que acrescenta que a Clínica tem consultas de “endocrinologia, infeciologia, psicologia, psiquiatria e, diariamente, cirurgia vascular e consulta aberta para os casos urgentes”. Para além disso, inclui uma consulta de podo-pediatria para crianças diabéticas do país.

A equipa desta valência tem, em permanência, duas médicas especialistas em cirurgia geral, duas podologistas, duas enfermeiras especializadas e uma assistente operacional.

Recorde-se que, as primeiras consultas de pé diabético, no Hospital Padre Américo, começaram em 1998 com um médico e um enfermeiro. Depois, a estrutura foi evoluindo até ao modelo atual e que foi concretizada com a inauguração da Clínica do Pé Diabético, decorria o ano de 2018.

Maria Jesus Dantas, médica coordenadora da clínica, aproveitou a data para destacar que “a articulação da atividade” desta estrutura “com a hospitalização domiciliária e o hospital de dia” tem sido fulcral “para evitar muitos internamentos hospitalares, que acabam por implicar um esforço acrescido para o utente e para os profissionais de saúde”.

Já Rui Aguiar, diretor clínico para os cuidados de saúde primários, considera que o crescimento desta valência, ao nível do volume de atendimentos, representa “o reconhecimento do trabalho de excelência que esta equipa pratica”, tendo sempre em vista a humanização dos tratamentos.

Também citado na nota de imprensa, Henrique Capelas, presidente do Conselho de Administração da ULS-TS, considera que “este serviço é o exemplo perfeito de como uma maior integração de cuidados e um cruzamento de várias disciplinas médicas, hospitalares e não hospitalares, permitindo tratar mais eficazmente o utente”.

A diabetes é uma doença muito frequente em Portugal, afetando cerca de um décimo da população. Mais de um quarto das pessoas, com mais de 60 anos, sofrem com esta patologia que faz com que os doentes tenham alterações dos membros inferiores, como défices sensitivos e motores (neuropatia diabética), alterações da posição das articulações do pé (artropatia diabética) e feridas e infeções do pé (pé diabético).

Segundo dados da Federação Internacional de Diabetes, em 2022, existiam em Portugal 79 241 novos casos, estando inscritas nos centros de saúde 879 853 pessoas com diagnóstico da doença.