No início da próxima semana já deverá ser possível circular nos dois sentidos da A41, com a abertura de uma via em cada sentido. A Ascendi, empresa concessionária da via cujo tráfego está cortado desde o dia 12 de Fevereiro entre o nó de Alfena e o nó da A3, no sentido Alfena-Aeroporto, fez saber que “estima concluir a 1ª fase dos trabalhos de reparação da A41 no final do próximo fim de semana”.
Numa resposta escrita ao VERDADEIRO OLHAR, a Ascendi esclarece que “esta data, que depende das condições climatéricas, antecipa significativamente a previsão de conclusão desta fase dos trabalhos”. “Com a conclusão da 1ª fase, será permitida a circulação nos dois sentidos de tráfego, com uma via em cada sentido na zona em que vão decorrer os trabalhos da 2ª fase”, dizem, salientando que “estes trabalhos permitirão o restabelecimento total da circulação na zona entre Alfena e o Nó da A3 da A41”. No mesmo esclarecimento escrito, a Ascendi recorda que “o aluimento de terras que ocorreu na A41 teve como causa direta a elevada e anormal pluviosidade que se verificou na região naquele fim-de-semana”, salientando ainda que a “imediata mobilização de meios efectuada, com recurso a trabalho contínuo em condições muito adversas, permitiu manter um sentido de tráfego sempre operacional”, referindo-se ao sentido aeroporto/Alfena, cuja circulação tem estado restrita à via da direita. A empresa termina referindo que “a pronta resposta permitiu também abrir temporariamente um corredor de circulação no sentido inverso autorizado para viaturas de emergência”.
Utentes exigem celeridade e suspensão de portagens
Por responder ficaram as questões relacionadas com as reivindicações da Comissão de Utentes que segunda-feira, ao final da tarde, preconizou um buzinão de protesto, exigindo a reparação “imediata” do buraco na A41, que tem causado vários problemas de trânsito na localidade, mas também a suspensão da cobrança de portagens, a retirada do pórtico de cobrança em Alfena, a renegociação da parceria público-privada que gere esta via, o reforço dos transportes públicos e a adopção de medidas nas estradas nacionais e municipais que ajudem a uma maior fluidez do tráfego.
Em Março, a Ascendi apontava para a necessidade de 16 semanas até estarem concluídas as obras. No esclarecimento hoje emitido nada é referido em relação a este prazo estimado. A Câmara Municipal de Valongo exigiu celeridade no processo e também a suspensão da cobrança de portagens e mesmo a colocação de uma ponte militar naquele local, mas nada disso foi feito.
A comissão de utentes espera que este protesto chame a atenção para o buraco que ainda existe na A41, mas também para outras questões, como a manutenção da cobrança de portagens numa via que não tem as condições necessárias para os utentes. “É uma injustiça pagar portagem por um péssimo serviço”, frisa Nicolau Ferreira. Mais do que isso, os utentes criticam o pórtico de acesso à A3 em Alfena, “que não faz sentido” e os coloca “em desigualdade” no acesso à auto-estrada, em relação a Ermesinde ou à Maia. “Quem vem do Porto e sai em Ermesinde não paga portagem, nem para a Maia, mas para Alfena paga”, realça o porta-voz do grupo. “Aquele pórtico não devia existir”, sustenta.