A Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa reivindicou investimentos para a região, na terça-feira, numa audição pública na Assembleia da República.
No âmbito do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030), que define os investimentos estratégicos que deverão ser lançados na próxima década, Telmo Pinto, primeiro-secretário da CIM do Tâmega e Sousa, solicitou a inclusão de dezenas de projectos.
Sobre mobilidade e transportes, referiu a construção do IC35 (Penafiel – Entre-os-Rios – Cinfães, Castelo de Paiva e Marco de Canaveses), reivindicada há décadas pela população, empresas e municípios e prometida por vários governos. No início deste ano, passou a constar de uma lista de 72 projectos do PNI 2030 que o Governo enviou ao Parlamento.
A construção da ligação rodoviária Baião – Ponte da Ermida – Resende, da variante à EN 211 (Soalhães – Mesquinhata – Cinfães) e das ligações rodoviárias Castelo de Paiva – A 32 e Celorico de Basto – A7 são outros projectos apontados. Além disso, é reivindicada também a construção de interfaces rodoviárias, de pequenas ligações entre os municípios e as áreas onde estão localizadas as empresas e do apoio à aquisição de veículos com baixa emissão de carbono para os transportes públicos.
É referida ainda a potenciação dos circuitos fluviais do Douro e o apoio à promoção da mobilidade eléctrica e suave.
Quanto ao transporte ferroviário, é solicitada a criação da linha entre Felgueiras e Ermesinde, a electrificação da linha do Douro (Marco de Canaveses – Régua) e o restabelecimento da linha do Tâmega (Livração – Amarante).
A CIM pretende ainda a adaptação do território às alterações climáticas e uma melhoria da gestão de resíduos e da eficiência do ciclo urbano da água, bem como a promoção da qualidade ambiental dos recursos hídricos e a dinamização e potenciação da economia circular com a promoção da circularidade no sector dos resíduos e das compras públicas sustentáveis.
Quanto à floresta, o objectivo é promover o planeamento e a gestão sustentáveis, assim como o desenvolvimento de territórios de montanha, valorizando a sua economia e qualidade de vida.
A energia foi outro dos temas de enfoque nos projectos apresentados que abordaram o aumento da eficiência energética nas instalações municipais (edificado e iluminação pública) e edificado privado e a criação de uma rede de postos de carregamento rápido de veículos eléctricos.
Neste tema, o objectivo é também a promoção: de projectos com efeito multiplicador; da penetração de energias renováveis/geração distribuída, nomeadamente novas
tecnologias (explorando o potencial endógeno, como o geotérmico ou a pequena hídrica);
de projectos de armazenamento de energia e de “smart cities” (cidades inteligentes);
e de projectos de aproveitamento de biomassa florestal e proveniente da indústria, com a criação de centrais termoeléctricas de biomassa.
Na audição estiveram presentes o ministro das Infraestruturas e Habitação,
Pedro Nuno Santos, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos
Fernandes, o vice-presidente da Assembleia da República, Jorge Lacão, o diretor-geral de
Agricultura e Desenvolvimento Rural, Gonçalo de Freitas Leal, e o presidente da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, Hélder Amaral.