A ministra da Saúde, Marta Temido avançou, na semana passada, na comissão parlamentar de Saúde, quais são as 11 unidades hospitalares e de saúde do país que vão integrar um modelo de gestão autónoma. Entre essas unidades está o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (CHTS) que serve a região.
“Estes hospitais, pese embora tenham os seus constrangimentos, registam os melhores níveis de eficiência e têm um desempenho que permite iniciar” este projecto”, sustentou a ministra, citada pela SIC Notícias. O grande objectivo desta medida é reforçar a melhoria das condições de financiamento e reduzir o endividamento dos hospitais, explicou.
Ao integrar este projecto-piloto, o CHTS é um dos sete hospitais do Norte que vão beneficiar desta “discriminação positiva”.
Projecto-piloto é “vantajoso” e representa um reconhecimento do trabalho feito
Ao Verdadeiro Olhar, o presidente do conselho de administração do CHTS adianta que, com esta autonomia de gestão, “em princípio o financiamento vai ser reforçado, havendo a perspectiva de se poder ter uma maior produção -o que significa mais cirurgias, mais consultas, etc -, iniciar um plano de investimentos que esteve parado durante os anos da Troika, e que necessita de responder a necessidades de substituição de equipamentos antigos e alguns novos investimentos, e aos valores para os recursos humanos relativos a aumentos salarias, descongelamentos de carreiras, etc”.
Segundo Carlos Alberto, “em termos de recursos humanos também se prevê maior autonomia de gestão, agilizando os processos no que estiver abrangido por planos de actividade aprovados pela tutela”.
Entre as principais prioridades do centro hospitalar estará a “admissão de enfermeiros e assistentes operacionais que evitem o recurso a horas extra, combatam o absentismo derivado do excesso de trabalho e melhorem a prestação de cuidados sem aumento de custos”. “Embora ainda não estejam definidas as regras específicas de funcionamento do projecto isso estará na primeira linha das nossas prioridades”, disse.
O administrador hospitalar não tem dúvidas de que estar neste projecto-piloto “é vantajoso para o CHTS”. “É um sinal de reconhecimento do trabalho feito e um estímulo a conseguir-se ainda melhor no futuro, a bem das 520.000 pessoas nos 12 concelhos de 4 distritos que temos para tratar. É também estimulante para os profissionais do CHTS para que possam interiorizar esta responsabilização adicional e se envolvam em novos projectos. Se foi possível estar entre os melhores em clima de menor autonomia, agora todos têm de se empenhar em fazer ainda mais”, defende.
Sendo este centro hospitalar já dos mais eficientes, a expectativa é que se possa ainda evoluir mais.
Questionado sobre o endividamento do CHTS, Carlos Alberto lembrou “o esforço” feito pelo Governo nos últimos meses, atribuindo aos hospitais “verbas adicionais” para “pagarem dívidas”. “Ainda recentemente o CHTS recebeu 12 milhões de euros para pagar dívidas a fornecedores, esperando-se que no final do ano as contas apresentem um panorama bem mais positivo que o do ano anterior”, sustentou.