Se há efeméride que merece ser celebrada é certamente a dos 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, aos pastorinhos. Este grato acontecimento, já de si tão significativo, vai ser acompanhado por outros dois de grande relevo: a presença do Santo Padre e a canonização da Jacinta e do Francisco.
É a quarta vinda de um Papa a Fátima e se Pio XII não foi um deles, teve com as aparições um relacionamento muito especial, pois foi sagrado bispo no próprio dia 13 de maio de 1917 e viu, mais do que uma vez, o milagre do sol cerca da data em que proclamou o dogma da Assunção (1/11/1950).
Ligação marcante de Fátima com o Santo Padre foi o dia 13 de maio de 1981: na Praça de São Pedro, S. João Paulo II sofreu um atentado que, segundo ele próprio afirmou, não lhe causou a morte por uma intercessão especial de Nossa Senhora. Depois de oferecer ao Santuário de Fátima a bala que quase o matou, descobriu-se com espanto geral que na coroa da imagem de Nossa Senhora onde se pretendia encastoá-la, já havia um orifício onde a bala se encaixou perfeitamente.
Para a grande festa de Fátima bem merecem especial louvor os valentes peregrinos que se deslocam a pé, sujeitando-se à chuva, frio e calor, pernoitando sabe-se lá como, por vezes não escapando às penosas bolhas nos pés, sofrendo com o cansaço, com as condições sanitárias precárias e com o perigo sempre presente na caminhada. Desta vez, lembrou-se a GNR de fornecer uma aplicação para telemóveis de apoio aos peregrinos, nomeadamente com medidas de segurança para os que se deslocam a pé.
Gostaria de referir o excelente programa da RTP transmitido no dia 8 a partir do Centro Pastoral Paulo VI em Fátima sobre os preparativos para a grande peregrinação de 12 e 13 de maio. Na sua notável tarefa, Fátima Campos Ferreira colocou as mais variadas questões a numerosos convidados, desde o Bispo de Leiria e Fátima D. António Marto até ao selecionador nacional de Futebol Eng.º Fernando Santos. Foram momentos de grande interesse onde nem faltaram referências às cuidadas medidas que as forças de segurança têm vindo a preparar. E o programa terminou em beleza com um hino composto para as celebrações e cantado a preceito por um simpático e numeroso grupo de cantores.
Seria muito bom que se tomassem estas celebrações mais do que como um ponto de chegada, um de partida, de recomeço, atendendo ao que a Virgem nos pediu por intermédio dos pastorinhos, num eficaz propósito de contínua conversão. Não será difícil descortinar onde poderemos melhorar no nosso relacionamento com Deus e com os que nos são próximos, sem esquecer o insistente pedido de Nossa Senhora para que rezássemos o terço todos os dias. E certamente que poderemos contar com a intercessão do Francisco e da Jacinta, que vão ser os santos não mártires mais jovens de todos os tempos.
