A CDU apresentou, na última Assembleia Municipal de Valongo, uma recomendação à câmara para que fosse iniciado um processo de negociação com a empresa Águas de Valongo com o objectivo de reduzir os custos da água e saneamento no concelho, já que “as previsões de crescimento da economia não se encontram em linha com a previsão que esteve na origem dos valores acordados no 3.º aditamento”.
Segundo o partido, desde 2017, “a água em Valongo passou a ter em termos de acessibilidade económica uma avaliação de mediana”, passando “ a ter um encargo não suportado por todos os valonguenses, dado o rendimento médio disponível por família”.
Na recomendação, o partido refere que “a Câmara de Valongo negou esta avaliação feita pela ERSAR, afirmando que melhoria da vida dos valonguenses não seria de 1% como esperava a ERSAR, mas sim entre 3% a 4%”, sendo assim “os custos dos aumentos da água diluídos na melhoria da qualidade de vida”.
“Claramente, a previsão da Câmara de Valongo não se concretizou e hoje os valonguenses estão a fazer frente a uma crise económica sem precedentes e a aumentos escandalosos da factura da água. Para além do aumento do metro cúbico de água que ultrapassa os 3%, também a taxa de resíduos sólidos urbanos aumentou em mais de 6%e o saneamento em mais de 7%, para não falar na tarifa de disponibilidade cujo aumento ultrapassa os 16%”, descreve o documento apresentado pela CDU.
O aditamento, acrescenta, prevê ainda novos aumentos. “Em 2023, a empresa águas de Valongo poderá voltar a solicitar novos aumentos, já que ao contrário do sugerido pela entidade reguladora, continuou a fazer parte do contrato a cláusula que permite à empresa pedir um novo aditamento se os seus lucros não estiverem em linha com o previsto”, argumentaram os eleitos da CDU na Assembleia Municipal.
Hugo Padilha tomou a palavra, pelo PS, para justificar o voto contra da bancada. “Temos o 4.º preço da água mais baixo da Área Metropolitana do Porto. Têm sido feitos esforços inequívocos para que a situação seja a melhor para o município. Esta recomendação vai contra o que entende o PS”, afirmou.
Já Hélio Rebelo, pelo PSD, disse que o partido iria votar favoravelmente e continuar a defender a descida do preço da água no concelho. “A câmara municipal introduziu na última alteração uma comissão de 17,5 cêntimos por cada metro cúbico, por dez metros cúbicos é um 1,75 euros, um dinheiro cobrado aos munícipes, um falso imposto que reverte para a câmara sem ela nada fazer”, criticou.
A recomendação foi reprovada por 18 votos contra do PS e presidentes de junta eleitos pelo partido, com duas abstenções do CDS e votos favoráveis do BE, CDU, PSD e Arnaldo Soares, presidente da Junta de Alfena.