A CDU quer reforçar a posição conseguida na Câmara Municipal de Valongo nas autárquicas de 2013, quando elegeu um vereador depois de 16 anos longe do executivo municipal.
“Sou candidato a presidente da câmara. Independentemente das dificuldades, que reconheço que existem, o objectivo imediato é o reforço da posição” da CDU, afirmou Adriano Ribeiro ao Verdadeiro Olhar, durante a apresentação oficial da sua candidatura, que decorreu, este sábado, no Museu Municipal de Valongo.
Num balanço dos últimos três anos, o vereador lembrou que, apesar das “condições adversas”, o partido fez a diferença. “Marcamos presença, assumimos compromissos, levantamos problemas, apresentamos respostas concretas. Nem sempre conseguimos que as situações fossem resolvidas, mas, muitas vezes, quando a nossa voz se fez ouvir contribuímos para a resolução dos problemas”, salientou.
Adriano Ribeiro considerou ainda que a “constituição de uma maioria absoluta seria um factor negativo para a população”, algo que não acontece se a população voltar a eleger pelo menos um vereador da CDU.
Caso seja eleito, a sua prioridade será tentar reverter as concessões de água, refeições e recolha do lixo. “Mesmo que seja difícil, vamos iniciar esse caminho”, afirmou.
César Ferreira lidera candidatura à Assembleia Municipal
Algumas dezenas de pessoas juntaram-se, no sábado, para apoiar os candidatos à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal de Valongo da CDU. O partido promete uma campanha sem grandes outdoors mas “honesta e séria”.
Ainda antes de vestir a pele de candidato, Adriano Ribeiro fez-se cantor e juntou-se ao coro da Associação de Reformados e Pensionistas de Campo, do qual faz parte, para entoar “Menino do Bairro Negro”.
Seguiu-se a apresentação do professor e líder da bancada da CDU na Assembleia Municipal nos últimos três anos, César Ferreira, como primeiro candidato à Assembleia Municipal.
“A nível local, os resultados obtidos nas últimas autárquicas deram alento para trabalhar mais e melhor. E ao longo do mandato o partido deu provas. Adriano Ribeiro recuperou o respeito e admiração pelo trabalho desenvolvido e o partido tem tido um papel fundamental ao levar ao conhecimento dos órgãos diversas situações e ao conseguir respostas”, defendeu.
Por outro lado, César Ferreira destacou a atitude coerente da CDU e lembrou que o partido precisa que todos os militantes e simpatizantes passem a mensagem para que consigam reforçar a posição conseguida nas últimas eleições.
“Há três anos foi proposto à CDU um pelouro a tempo inteiro. Não aceitamos.”
Antes de falar do futuro, Adriano Ribeiro começou por fazer um balanço do muito que o partido conseguiu fazer nos últimos três anos e meio. O operário metalúrgico reformado e vereador na autarquia, salientou que o facto de terem estado 16 anos ausentes da vereação não diminuiu a capacidade de intervenção do partido.
A CDU levantou centenas de questões nas reuniões de executivo e, muitas vezes, respostas concretas, contribuindo para a resolução de problemas, defendeu o candidato da CDU à presidência do município. O autarca lembrou temas em que marcaram posição, como as más condições dos bairros sociais, os protestos em relação à diminuição dos transportes da STCP, na resolução dos problemas dos Campos de Sonho e Montes da Costa, e sendo uma voz activa contra o encerramento do balcão da CGD em Campo e contra a extinção das freguesias de Campo e Sobrado.
Honrado por ser novamente escolhido pelo partido para encabeçar uma candidatura à Câmara, Adriano Ribeiro sublinhou que não há interesses financeiros envolvidos. “Há três anos foi proposto à CDU um pelouro a tempo inteiro. Não aceitamos. Apesar das vantagens em termos financeiros para o vereador e para o partido. Ofereceram-nos um pelouro mas com uma condição: um determinado conjunto de votos condicionados à partida. Foi uma oportunidade para mostrar que os candidatos e os partidos não são todos iguais”, disse.
José Manuel Ribeiro fez “uma manobra de malabarismo”
De fora da intervenção do candidato não ficou a alusão a uma polémica recente. Depois dos votos dos vereadores do PSD e da CDU terem chumbado a 2.ª Revisão do Orçamento e 2.ª Revisão das Grandes Opções do Plano do ano 2017, José Manuel Ribeiro acusou os partidos de fazerem uma coligação negativa para não o deixar governar.
“Na reunião desta semana, pelo voto da CDU e do PSD coincidirem caiu o ‘Carmo e a Trindade’”, criticou Adriano Ribeiro, lembrando que, em reuniões anteriores, apesar da oposição da CDU, foram aprovados, pelo PS e PSD, a concessão das refeições escolares a privados, as contas da Vallis Habitas e os aumentos de água e saneamento a partir de 2018.
“O presidente da câmara, com uma manobra de malabarismo e com desonestidade política, não quis que o assunto fosse aprovado para que pudesse vir cá para fora fazer este papel e dizer que somos uns malandros e só sabemos boicotar”, sustentou o candidato, realçando que o presidente da autarquia recusou fazer uma pausa de cinco minutos na reunião e também o adiamento da discussão para a reunião seguinte.
César Ferreira e Adriano Ribeiro são “exemplos de trabalho e competência”
Na apresentação dos candidatos esteve ainda Jaime Toga, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP e do membro Direcção Regional do Porto do PCP.
Caracterizou César Ferreira e Adriano Ribeiro como “dois homens com provas dadas” e “exemplos de trabalho e competência”.
“Há quatro anos a CDU conseguiu regressar à câmara e a população sentiu a diferença. Passou a haver uma voz que exigia a resolução de problemas e contra as negociatas. A acção da CDU em Valongo confirma que tem uma forma distinta de estar e de intervir no poder local, estando próxima da população”, realçou Jaime Toga.
O membro Direcção Regional do Porto do PCP apelou ainda ao reforço da votação no partido.