Há vários anos que a Federação Portuguesa Pela Vida tem vindo a organizar em Lisboa a Caminhada Pela Vida como forma de manifestar publicamente o apoio à vida desde a concepção até à sua morte natural, e este ano, pela primeira vez, haverá uma Caminhada Pela Vida no Porto, em simultâneo com a de Lisboa. Também pela primeira vez, o Papa Francisco quis juntar-se a esta Caminhada Pela Vida e enviou uma mensagem pedindo que “apareçam sempre mais homens e mulheres de boa vontade que abracem corajosamente a verdade da dignidade e valor que cada ser humano tem para Deus”.
Em Portugal, depois de um referendo não-vinculativo ter determinado que a vida intra-uterina deixasse de ter qualquer tipo de protecção até às dez semanas de gestação, o Estado subsidiou, nos últimos dez anos, a morte de mais de 170 mil bebés. Além deste número já em si horroroso, a liberalização do aborto trouxe como consequência uma incompreensível relativização do valor da vida humana, que começou no aborto, se prepara para passar pela eutanásia dos mais velhos e poderá vir a incluir os deficientes.
Nos últimos anos, o aborto tem ganho uma importância maior no Serviço Nacional de Saúde, onde é isento de taxas moderadoras e tem prioridade relativamente à esmagadora maioria das consultas de especialidade. Ao tornar um aborto gratuito e de fácil acesso, o Estado banalizou o acto de tal forma que o tornou parecido com qualquer método contraceptivo, tornando a vida descartável.
Não achamos que o aborto seja um direito. O facto de ser legal não faz dele um acto aceitável. Pelo, contrário, defendemos que é um problema social grave que afecta o valor da vida humana. Por isso, é importante que dêmos testemunho público para que as pessoas, em geral, ganhem consciência de que a vida humana é um bem maior que deveria ser mais perfeitamente defendido.
A Caminhada Pela Vida no Porto parte, no próximo sábado, às 15 horas, do Largo da Sé.