As câmaras municipais da região começam a olhar para a mobilidade eléctrica como alternativa. Algumas já investiram e têm, com maior ou menor relevo carros eléctricos na sua frota. Outras olham para essa opção com bons olhos, mas ainda não avançaram.
Valongo vai à frente neste ‘campeonato’ da mobilidade eléctrica. A autarquia substituiu todos os carros ligeiros movidos a gasóleo e a gasolina por veículos eléctricos e híbridos. “Esta opção justifica-se pelos evidentes benefícios ambientais e insere-se na estratégia municipal de promoção da mobilidade sustentável”, defende o município.
A Câmara de Valongo tem ao serviço 17 viaturas 100% eléctricas em regime de Aluguer Operacional de Viaturas, com o custo de 93.432,36 euros anuais.
“Nos últimos quatro meses o consumo de energia nos postos de carregamento do município, implicou um custo de 1.986,45 euros (aproximadamente 500 euros por mês). O consumo médio mensal de cada viatura eléctrica foi pois inferior a 30 euros (pouco mais de um euro por dia), a uma média de 15 Kw (2,2 euros) por cada 100 quilómetros percorridos”, explica a autarquia em resposta ao Verdadeiro Olhar. Para além das 17 viaturas 100% eléctricas, são ainda carregadas nos postos de abastecimento municipais sete viaturas híbridas Plug-in (utilizadas nas deslocações mais longas).
Feitas as contas aos consumos dos antigos carros a gasóleo e gasolina e comparando com os actuais, “a poupança mensal em combustíveis gerada pelo aluguer das viaturas eléctricas rondará os 2.620 euros (31.440 euros anuais)”, diz o município. Além disso, acrescenta a mesma fonte, existe também uma grande redução de custos com a manutenção das viaturas, “pois as viaturas substituídas tinham muita idade e exigiam muitas operações de manutenção, e as novas eléctricas têm o custo de manutenção incluído no valor do aluguer”.
A opção pelas viaturas eléctricas em causa permite também a redução das emissões de CO2 pela frota municipal, na ordem das 50,8 toneladas anuais.
Depois de Valongo, as câmaras de Lousada e Paços de Ferreira já fizeram algum investimento em carros mais amigos do ambiente, mas de forma residual.
A autarquia pacense confirma que já tem um híbrido Plug-in na sua frota e que há previsão de ter em breve “mais dois veículos eléctricos”. “Estamos a trabalhar no sentido de podermos avançar com um projecto no âmbito da mobilidade sustentável, integrado no actual quadro comunitário”, refere o município.
Em Lousada, no final de 2017, a câmara adquiriu duas novas viaturas para limpeza urbana, através de uma candidatura ao Fundo Ambiental, para a substituição de veículos de serviços urbanos ambientais por veículos eléctricos. A aquisição foi financiada a 50%, cabendo ao município um investimento de cerca de 40 mil euros. Segundo a autarquia estão previstas novas aquisições de veículos amigos do ambiente, nomeadamente carros de serviço, mas estão dependentes de financiamento.
Já Paredes e Penafiel não fizeram ainda qualquer aposta na mobilidade eléctrica. A Câmara de Paredes confirma que ainda não tem carros eléctricos ao serviço, mas adianta que “é objectivo, à medida que formos substituindo a frota, apostar em carros que tenham menor consumo, poderão não ser 100% eléctricos, mas Plug-in por causa da autonomia”. A Câmara Municipal de Penafiel também não dispõe de veículos eléctricos na sua frota. “Para esta autarquia, a aquisição de veículos eléctricos estará sempre dependente da existência de oportunidade de financiamento comunitário para viabilizar esse investimento”, referem.