O tema da nova ETAR de Arreigada e o facto de não estar ainda a funcionar em pleno, voltou ontem à baila na Assembleia Municipal de Paços de Ferreira.
O presidente da autarquia, Humberto Brito, anunciou que foi pedida uma auditoria externa para perceber onde houve falhas, já que o equipamento devia estar a funcionar em pleno nesta fase.
“Pedimos uma auditoria externa a todo o processo de construção da ETAR, até para não haver dúvidas sobre esta matéria, para perceber se há falhas, quem falhou e o que falhou. Desde o projectista ao empreiteiro, aos técnicos da Câmara e a mim próprio, todos seremos chamados a responder. Essa auditoria está em vias de ser entregue ao município”, disse o autarca, depois de questionado por um munícipe sobre os atrasos na obra que vem resolver um problema de poluição no Rio Ferreira.
“A ETAR não está a funcionar”, reconheceu. “O que nos é transmitido é que as membranas têm um problema na filtração da água, que as nossas águas residuais têm uma oleosidade diferente das de outros países e, por isso, foi necessário criar um produto específico no tratamento para a purificação da água no sentido das micro partículas poderem ser limpas. A situação não agrada a mim nem ao concelho. Queremos resolver este problema”, frisou Humberto Brito.
Devido a isso foi feita “uma retenção de dinheiro na ordem dos 500 mil euros para que a obra fique devidamente concluída”, além de ordenada a referida auditoria.
“Este tipo de ETAR é o modelo de última geração, há apenas mais uma em Portugal, em Viseu”, salientou. “Temos indicações que, neste próximo mês, a situação estará resolvida, mas não vou assumir aqui mais nenhuma data”, acrescentou, referindo-se às datas apontadas pelo Ministro do Ambiente que, depois, acabaram por não se cumprir.
A ETAR de Arreigada é um investimento de mais de cinco milhões de euros. Vem substituir um equipamento obsoleto e sem capacidade para resolver o problema de poluição no Rio Ferreira, que afecta sobretudo a população de Lordelo, levando-os a queixar-se de frequentes descargas que transformavam o curso de água num “esgoto a céu aberto”.
A demora de entrada da ETAR em funcionamento pleno tem sido alvo de críticas de várias entidades e forças partidárias.