Na última semana, o concelho de Lousada registou um aumento de 54 casos positivos de COVID-19. A autarquia justifica este crescimento com a realização de mais testes, mas também por haver mais convívio social e mais empresas em laboração.
Antecipando que a situação possa piorar com o regresso às aulas na próxima semana, a Câmara de Lousada lançou um apelo ao Governo.
“De modo preventivo, e após auscultação dos directores dos agrupamentos de escolas, apresentamos as nossas preocupações e reservas junto do Ministro da Educação, bem como da Ministra da Saúde e da Direcção-Geral da Saúde, face ao que poderá representar um regresso às aulas presenciais, naquele que foi o primeiro concelho a ser atingido, solicitando que não seja aplicado ao concelho de Lousada a medida universal de reinício das aulas para o 11.º e 12.º ano de escolaridade e 2.º e 3º ano dos Cursos Profissionais às disciplinas definidas, no próximo dia 18 de Maio, até porque a dinâmica de aulas com recurso a meios tecnológicos está a decorrer de modo aceitável e deveria ser continuada”, adianta Pedro Machado.
O presidente da Câmara diz ter “comunicado às entidades governamentais as suas reservas e desacordo face à necessidade de aulas presenciais a alunos que não têm exames nacionais, desacordo esse corroborado pela unanimidade dos directores de agrupamento”. No entanto, garante que “tudo irá fazer para que as normas de protecção da saúde e segurança da comunidade escolar sejam garantidas, promovendo ainda fortes restrições e medidas de higienização dos transportes escolares, onde todos os alunos terão que usar máscara e sentarem-se de forma distanciada e cumprindo as orientações da DGS”.
Em comunicado, o autarca diz ter reunido com a Autoridade de Saúde Local, o Agrupamento de Centros de Saúde do Vale do Sousa Norte, a Autoridade para as Condições do Trabalho e a GNR para avaliar os dados da última semana relativos a novos casos de infecção por COVID-19 no concelho, perante um aumento superior a 50 casos.
“A Autoridade de Saúde Local explicou que por detrás deste aumento de casos na última semana está uma elevada capacidade de testagem, sendo que o Centro de Diagnóstico Móvel instalado no Complexo Desportivo de Lousada está a funcionar de modo exemplar e com resultados em 24h00”, refere Pedro Machado. “Ainda assim, existem razões de convivência social e familiar que muitas pessoas não estarão a evitar e que explicam em boa parte este aumento de casos, tornando-se transversal à sua cadeia de contactos entre família ou vizinhos”, critica o edil.
A isso acresce o facto de as empresas do concelho terem sido das que mais cedo começaram a sair do la-off para produzir equipamentos de protecção individual, regressando ao trabalho.
Essas empresas, segundo a ACT adiantou ao presidente da Câmara, têm sido alvo de inspecções, tendo na generalidade planos de contingência convenientemente adaptados. Sempre que “surge um caso, ele é isolado permitindo às empresas que continuem a trabalhar”, atesta.
Pedro Machado pede um reforço “nos comportamentos sociais de cada um, evitando aglomerados e convívios familiares desnecessários ou frequência de espaços públicos que não se cinjam ao estritamente indispensável” e que sejam cumpridas as normas conhecidas por todos.