O Cais Cultural Albano Moreira da Costa, instituição focada na promoção da cultura de Caíde de Rei, em Lousada, está a comemorar o 10.º aniversário, assumindo-se como uma  referência no panorama artístico e cultural do concelho.

O presidente do Cais Cultural Albano Moreira da Costa, Luís Peixoto, confirmou que a instituição está viva e pujante, sendo, um motor do desenvolvimento cultural dentro da localidade de Caíde de Rei e no concelho de Lousada.

“O balanço é muito positivo. Foram 10 anos de constante crescimento e posicionamento, foram dez anos de afirmação e culturalização na região. Percebemos que em meios mais pequenos é possível criar cultura. Felizmente estamos rodeados de sócios, voluntários e amigos que nos ajudaram, ajudam e nos dão garantias de futuro. A comemoração destes dez anos é a prova da nossa vitalidade. Não só revemos os dez anos passados, como traçamos os dez anos futuros. Temos uma série de projectos que nos fazem perspectivar um futuro preenchido”, disse.

Ao Verdadeiro Olhar, Luís Peixoto realçou que neste últimos 10 anos já passaram pelo Cais Cultural cerca de 20 mil pessoas, sendo a instituição responsável pela organização de inúmeras actividades e espectáculos.

“Em Caíde de Rei e no concelho de Lousada certamente já muito se ouviu falar no Cais Cultural. Ao longo destes 10 anos posso dizer que já passaram pelo Cais cerca de 20 mil pessoas, pelo que é impossível ficar-se indiferente. Felizmente foram 10 anos risonhos que nos deram projecção e afirmação, quer por todo o público, quer pelos diferentes grupos que nos visitaram. É claro que a comunicação social também tem facilitado o aumento da nossa visibilidade na região ao proporcionar-nos falar deste grande projecto. Queremos aumentar a nossa marca cultural na região, queremos ser um exemplo de que com poucos recursos se podem fazer grandes projectos”, expressou.

Falando do percurso que o Cais Cultural Albano Moreira da Costa teve de fazer nestes últimos 10 anos, o responsável pela instituição recordou que quando “se inicia um projecto, fica-se sempre reticente e apreensivo no que toca ao futuro”.

Luís Peixoto recordou que o projecto criado em 2008 pela Junta de Freguesia, presidida por António Meireles, pretendia virar uma nova página na dinâmica de Caíde de Rei, “mas acredito que de forma um pouco diferente daquilo que hoje somos”.

“Quando assumi a presidência do Cais Cultural em 2012, com apenas 21 anos, sabia que havia um longo caminho pela frente e que ia precisar do apoio de muita gente. Não queríamos ser apenas mais uma associação, não queríamos ser mais uma sala de espectáculos onde se faziam umas actividades de vez em quando, nós queríamos fazer do Cais Cultural uma referência na região. Sentimos que a população tem aumentado a sua participação nas actividades e que tem aumentado a nossa visibilidade no concelho e na região. Sei que temos ainda muito para dar a quem nos visitar”, adiantou.

“tornar as nossas actividades auto-sustentáveis foi desde cedo uma preocupação, bem como o rigor e transparência no que diz respeito a movimentos financeiros”.

Questionado sobre as dificuldades que foi necessário superar, Luís Peixoto admitiu que o primeiro grande desafio quando assumiu a presidência da associação foi a angariação de fundos, “pois não havia qualquer valor em caixa”.

“Tornar as nossas actividades auto-sustentáveis foi desde cedo uma preocupação, bem como o rigor e transparência no que diz respeito a movimentos financeiros. A principal dificuldade ainda não conseguimos superar: a colocação de um telhado novo. A utilização do espaço em dias de condições atmosféricas adversas condiciona algumas das nossas actividades. Outra dificuldade é financeira, como é comum no meio associativo. Vamos conseguindo suportar todas as despesas associadas ao espaço, no entanto ficamos muito limitados quando pretendemos contratar algum grupo ou serviços para proporcionar actividades diferentes, acabando por estar sempre dependentes da gratuitidade e disponibilidade de grupos e amigos conhecidos”, assegurou.

Luís Peixoto defendeu que a nível cultural, a instituição, está numa fase crescente, justificado pelo aumento do número de visitantes, pelo aumento do número de sócios, pelo aumento de cedências do espaço do Cais Cultural para outras actividades.

Ao nível de infra-estruturas, o dirigente reconheceu que a actual direcção tem realizado os melhoramentos possíveis.

“Neste momento, à excepção da colocação de um telhado novo, praticamente todos os objectivos foram cumpridos: temos um palco com as condições adequadas de som e luz e fizemos pequenas obras nas diferentes divisões do espaço. Além disso, adquirimos uma carrinha de nove lugares que facilita as deslocações do grupo de teatro e a organização de eventos”, acrescentou.

“Sopa do Cais, a Festa do Sarrabulho Doce, as Noites da Francesinha, o Festival de Teatro Amador de Caíde de Rei  e a comemoração dos 140 anos da chegada do comboio a Caíde, com o lançamento de um livro da nossa autoria, integram alguns dos projectos mais emblemáticos da associação”

Referindo-se às manifestações culturais que mais marcaram o Cais Cultural nestes últimos dez anos, Luís Peixoto foi peremptório em defender que “a Sopa do Cais, a Festa do Sarrabulho Doce, as Noites da Francesinha, o Festival de Teatro Amador de Caíde de Rei (FESTAC) e a comemoração dos 140 anos da chegada do comboio a Caíde, com o lançamento de um livro, integram alguns dos projectos mais emblemáticos da associação”.

No domínio cultural, Luís Peixoto relevou, também, a aposta na criação do Grupo de Teatro Linha 5, a Biblioteca do Cais e o Clube de Leitura Lê de Letra, o Ocup’arte no Cais (Centro de Ocupação para Adultos), à Confraria do Sarrabulho Doce de Caíde de Rei (o projecto mais recente em desenvolvimento), a criação do grupo de caminhadas (CAISminhadas), como iniciativas emblemáticas que mobilizam inúmeras pessoas e fazem da instituição uma referência no meio caidense, no concelho e na Região do Vale do Sousa.

A associação é, igualmente, conhecida por colaborar com outras instituições/projectos, como participações no Mercado Histórico de Lousada e o Biofest.

Quanto ao impacto que o Cais Cultural tem junto da comunidade, Luís Peixoto avançou que a associação tem procurado diversificar a oferta cultural, proporcionar bons espectáculos e descentralizar as suas actividades.

“Tal como dizia Fernando Pessoa, ‘primeiro estranha-se, depois entranha-se’ e é assim que nos sentimos quando começamos um projecto. Tentamos ao máximo descentralizar a cultura do centro de Lousada e, por isso, procuramos proporcionar bons e diversificados espectáculos na nossa terra. No entanto, não podemos esquecer que a maioria do nosso público são residentes em Caíde e a grande maioria dos nossos sócios são caídenses também. Felizmente sentimo-nos apoiados, porque uma associação vive do voluntariado e aí a comunidade é fundamental”, atestou, salientando que a instituição mantém uma relação profícua com o município de Lousada, sendo a associação convidada a participar em diferentes eventos da sua responsabilidade.

““Queremos mesmo que o teatro seja uma referência desta casa”

“Além disso, dentro das possibilidades, atribuem-nos um pequeno subsídio anual. Sempre que oportuno, somos visitados, principalmente pelo senhor vereador da Cultura e sentimos que estão a par do nosso trabalho. Além disso, temos uma parceria com a Biblioteca Municipal no que toca à dinâmica da nossa biblioteca”, asseverou.

Debruçando-se sobre os projectos que o Cais Cultural pretende implementar no futuro próximo, o presidente da instituição concretizou que ao nível das instalações, o grande desafio será conseguir a colocação de um telhado novo no edifício para colmatar as necessidades em condições climatéricas adversas.

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Nesta matéria, o dirigente confessou, também, que quer tornar o Cais Cultural de Caíde de Rei num espaço cultural de referência na região, com eventos de destaque, como a Festa do Sarrabulho Doce, sendo objectivo da instituição tornar este evento num certame de promoção deste doce a nível nacional.

Simultaneamente, a associação tem como objectivos tornar mais visível o festival de teatro amador, com a possível participação de grupos das ilhas e Espanha.

“Queremos mesmo que o teatro seja uma referência desta casa. Obter mais receitas junto de patrocinadores ou candidaturas ajudaria a criar novos eventos, de forma a não dependermos da gratuitidade de grupos nossos conhecidos. Queremos que grupos da região possam apresentar os mais diversos trabalhos no nosso espaço, pelo que queremos ajudar a criar cultura”, manifestou.