Os Bombeiros Voluntários de Paredes celebraram este sábado 135 anos, com a bênção de uma ambulância de transporte de doentes e com a distinção de vários elementos.
A tarde, marcada pelo calor intenso, começou com uma missa no quartel para todos os presentes, seguida da bênção da nova viatura, que foi depois apadrinhada pelo presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, e pelo vereador da Protecção Civil, Elias Barros.
Este veículo vai juntar-se às 28 viaturas operacionais de que este corpo de bombeiros dispõe. Em frente ao quartel, desfilaram 14 delas, que correspondem aos veículos de assistência, transporte, emergência e combate a fogos, que se juntaram a três viaturas históricas.
A habitual condecoração de bombeiros aconteceu ainda no exterior do quartel, onde 15 elementos receberam medalhas pelos cinco, 10, 15 e 30 anos de serviço, incluindo o secretário-relator do Conselho Fiscal da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes, José Gonçalves, recebeu uma distinção pelos “bons serviços prestados”. A autarquia também recebeu da parte da corporação de bombeiros uma lembrança alusiva ao aniversário.
“A dignidade não consiste em possuir as honrarias, mas sim em merecê-las e esse é, sem dúvida, o vosso caso. Sinto um orgulho enorme nas mulheres e homens que tenho o privilégio de comandar”, sublinhou José Morais, comandante dos Bombeiros Voluntários de Paredes. “Estaremos, como sempre, na linha da frente do socorro às populações. Os paredenses sabem que podem contar com os seus bombeiros como principal agente de protecção civil, com profissionalismo, responsabilidade, dedicação e competência”, continuou.
Mais tarde, Carlos Pereira, antigo comandante e inspector de bombeiros, foi agraciado com um crachá de ouro pela Liga dos Bombeiros Portugueses devido à “referência que é nos bombeiros e pela humildade, dedicação e pelo percurso e contributo verdadeiramente inquestionável na dignificação dos bombeiros portugueses”, segundo José Morais.
O antigo comandante, que “não contava” com a condecoração, referiu que esta distinção é “um motivo de orgulho” e um “enorme privilégio” e a “prova evidente” dos laços de amizade que o unem a tanta gente. Sublinhou o papel de José Morais como o seu “ombro amigo” e “confidente” e também o de Guedes de Moura, inspector regional dos Bombeiros do Norte, como o “grande mentor para abraçar esta causa” e não desistir.
“Quantas vezes esquecemos dos nossos para atender os outros, mas eles tentaram sempre compreender”, disse referindo-se à mulher e à filha, presentes na cerimónia, acrescentando, emocionado, que acredita que o “filho Pedro, que morreu há um ano, teria ficado muito orgulhoso”.
As palavras de elogio a todos os elementos que compõe esta corporação aniversariante não faltaram. “Esta equipa tem de ser louvada. Se dependesse de mim, seriam todos condecorados”, exclamou António Ferreira, presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes, acrescentando que “são eles que merecem todos estes elogios, tomaram conta dela [da associação] na bancarrota, sem deverem um tostão a ninguém e com obras feitas”.
Apelou ainda a que, “quando um dia o presidente da direcção entender que não pode mais, as pessoas que venham sigam as pegadas de Mário Sousa”.
Para José Freitas, comandante dos Bombeiros Voluntários de Lordelo, “são 135 anos de entrega total e voluntária a servir o distrito e o país”. Já Albano Teixeira, segundo comandante operacional distrital do Porto, acredita que “os antepassados estão orgulhosos” e que “excelência é a palavra que mais se enquadra” quando se refere a esta corporação.
“Estamos a viver um grande dia para os bombeiros, que os dignifica e um grande dia para a cidade”, destacou Bruno Alves, secretário do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, referindo que são “o maior agente da Protecção Civil”. Sublinhou ainda que a Liga “vai continuar a lutar” para que os bombeiros recebam os apoios de que necessitam por parte das autarquias e do Governo.
Mário Sousa, presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes, deixou, no entanto, algumas palavras de “sentimento ferido”, devido à ausência de membros do Governo na cerimónia. O presidente referiu que, no ano passado, quando inauguraram as obras de remodelação da fachada exterior e da substituição do telhado do quartel convidaram o Secretário de Estado da Protecção Civil, que não compareceu.
“Voltamos a convidar para vir este ano e não vieram. Nunca mais convidarei nenhum membro do governo enquanto não souberem cumprir o dever de ética. Isto não se faz! Não estragam a festa, mas tenho de manifestar a falta de respeito. Os 135 anos deveriam merecer respeito”, desabafou. “Felizmente, os Bombeiros Voluntários de Paredes estão de saúde e recomendam-se”, sublinhou.
Com a imagem de um incêndio ao fundo, em Penafiel, enquanto discursava, Elias Barros disse acreditar que a época de fogos florestais deste ano “afigura-se complicada”, mas garantiu que “a protecção civil de Paredes está e estará sempre” do lado dos bombeiros, “sem qualquer tipo de reservas”.
“Nós protecção civil temos o dever de fazer o nosso melhor ao nível da intervenção e da prevenção”, acrescentou, dizendo ainda que este número redondo que esta corporação celebra “significa muito e é a prova do trabalho e dedicação ímpar”. “Continuem a dignificar o nosso concelho e os nossos bombeiros de Portugal”, concluiu.
Este sábado foi também marcado pela comemoração do Dia Mundial da Criança, referência que não foi esquecida por Alexandre Almeida que garantiu aos quase 50 infantes e cadetes que “não havia melhor local para passarem este dia, pois nesta instituição também se formam crianças”. “É um orgulho para o município de Paredes poder contar com o trabalho voluntário deste corpo activo e são um exemplo devido a uma forte aposta na formação”, destacou.
O presidente sublinhou ainda que esta é a mais antiga corporação de bombeiros do concelho e a sexta associação mais antiga do distrito do Porto, referindo que possuem um posto de emergência médica do INEM, uma equipa de intervenção permanente e uma base logística de apoio distrital, onde ambicionam obras.
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