Foto: INEM

Os responsáveis pelas corporações dos Bombeiros de Lordelo, Rebordosa e Paços de Ferreira são unânimes em reconhecer que o imbróglio jurídico-administrativo criado com a caracterização das ambulâncias do INEM, sediadas nos bombeiros, que está a impedir que as mesmas circulem por falta de regulamentação, não faz qualquer sentido.

Em causa está o facto de os novos veículos do INEM, vermelhos na traseira e com a identificação da corporação a que pertencem, não disporem da licença de transporte de doentes que é passada pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT) para poderem circular, avançou hoje o JN.

Os presidentes das corporações de Paços de Ferreira e Lordelo afirmaram, inclusive, que a ambulância do INEM que estão sediadas no quartel, num caso há um mês e no outro há dois meses, estão sem circular, estando as corporações ainda a pagar o respectivo seguro.

“Temos a ambulância no quartel, mas é como se não estivesse lá”

O presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lordelo, Miguel Ferreira, mostrou-se indignado com esta situação, recordando que os bombeiros têm a ambulância do INEM parada há cerca de dois meses.

“Não nos foi facultada qualquer documentação por parte do IMT pelo que não podemos arriscar nem iremos levar a ambulância do INEM para a estrada. Ainda hoje ocorreu um acidente em Lordelo e não pudemos sair com ela. Temos a ambulância no quartel, mas é como se não estivesse lá”, assumiu, salientando além do seguro a corporação teve de pagar os desfibrilhadores da viatura do INEM.

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Refira-se que os Bombeiros Voluntários de Lordelo passaram a ter um Posto de Emergência Médica (PEM) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) em funcionamento. Trata-se de um dos três novos PEM protocolados pelo INEM no ano passado.

“Não temos autorização nem a documentação para a viatura circular”

Já o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntário de Paços de Ferreira, Zeferino Barbosa revelou que a corporação dispõe de uma ambulância do INEM há um mês no quartel, mas que devido ao imbróglio jurídico-burocrático criado a viatura encontra-se sem operar.

“Não temos autorização nem a documentação para a viatura circular”, atestou, frisando que a corporação está sem poder usufruir de um serviço que é fundamental para a comunidade.

Questionado sobre a possibilidade de usar a ambulância do INEM numa emergência, mesmo sem autorização do IMT, Zeferino Barbosa admitiu que a corporação só o faria em última instância, usando uma viatura antiga do INEM que se encontra no quartel ou com o recurso às viaturas da própria corporação. “Só o faríamos em último recurso e se estivesse em causa a vida das pessoas”, constatou, manifestando acreditar que esta situação irá ser resolvida no mais curto espaço de tempo.

“Estão em causa as pessoas, o socorro, assim como o serviço que é prestado”

Ao Verdadeiro Olhar, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Rebordosa, Abel Moreira, admitiu que apesar de a corporação estar a aguardar a chegada da nova ambulância do INEM, no âmbito do protocolo que foi assinado com os bombeiros para a renovação da frota de ambulâncias colocadas nos designados Postos de Emergência Médica, esta é uma situação que não faz sentido.

“A ambulância deve chegar a qualquer momento, estamos a aguardar a conclusão deste processo, mas é uma situação que não tem lógica e que carece de ser resolvida o mais rapidamente possível. Estão em causa as pessoas, o socorro, assim como o serviço que é prestado”, afirmou, salientando que a corporação já tinha uma ambulância do INEM, que não está em condições de circular.

Segundo avançou o JN, haverá 14 ambulâncias de emergência médica paradas devido à nova cor e identificação adoptadas – vermelhas na traseira e com a identificação da corporação a que pertencem – por não estarem legalmente regulamentadas, já que o IMT está a recusar a emissão da licença de transporte de doentes a estes novos veículos devido a essa caracterização.