Esta sexta-feira comemora-se o Dia dos Avós e Penafiel preparou o Parque da Cidade a preceito para receber milhares de avós, netos e até famílias completas.
Pelo parque há diversões para os mais novos, como insufláveis e um escorrega de água e o cheirinho a pipocas doces nessa zona é predominante. Avós brincam com os netos, alguns aproveitam para fazer rastreios de saúde, outros ficam a ver os carros antigos ao lado do escorrega e há ainda quem prefira ficar sentado nas várias mesas expostas ao longo do parque, divididas por cada freguesia do concelho. Mas a boa disposição é o elemento que une todos os participantes.
O dia começou com alegria, através do “Avós em Movimento”, que trouxe aulas de zumba, ginástica e dança. E não houve idades para tirar o pé do chão e balançar os braços, como mostrou Maria Barbosa, que traz um sorriso de felicidade no rosto assim que termina a actividade, acompanhada por parte da família.
Aos 80 anos, tem 13 netos e seis bisnetos e conta que vai à praia e joga à bola com os bisnetos, no fundo, fazendo “tudo o que é preciso”. Veio no autocarro da Junta de Freguesia de Paço de Sousa e revela que é a primeira vez que participa destas celebrações. “Estou muito feliz”, confessa, referindo que vai passar o dia no local.
No palco, celebra-se, entretanto, a Missa Solene, que contou também com a presença de Micael Silva, natural de Penafiel e que foi ordenado sacerdote há poucos dias.
Em frente, as várias cadeiras para os avós se sentarem a assistir às actividades estão cobertas por um toldo. Numa das pontas, com as tolhas de piquenique estendidas no chão, está a família das irmãs Emília e Margarida Rocha. Trazem vários familiares para passarem um dia diferente, mas que já é tradição.
“Desde que começou, vimos sempre. Adoro estar aqui”, sublinha Emília Rocha, contando que ainda não esteve com os netos. Já Margarida Rocha confessa que este dia traz-lhe alguma saudade porque os seus netos estão na Alemanha, mas diz que “costumam ligar sempre”.
Ao lado, Joana Sousa, de 11 anos, e a avó Isaura Cruz revelam que vieram de Abragão, mas que vivem na Suíça e todos os anos vêm a Portugal nesta altura, comemorando o dia sempre desta forma. “Gosto muito de vir aqui todos os anos, agora que estou na reforma”, refere Isaura Cruz, que tem mais dois netos, um deles que também está fora do país.
Enquanto isso, com a hora do almoço a chegar, já há quem comece a preparar a comida, pondo a carne no churrasco ou petiscando uma ou outra batata frita.
Lucas, um menino de três anos, teima em fugir da beira do avô, José Freitas, para ir buscar um ramo e atirar para a água. Diz o avô, que vem das Termas de São Vicente, que as prendas que recebe são beijinhos, mas que ele não lhe quer dar nenhum na cara porque “a barba pica”. Tem também uma neta mais velha, mas que, este ano, não quis vir porque foi para o ATL. “Já vai para 10 anos, já começa a dizer que não quer ir”, refere.
As comemorações duram até ao final da tarde com diversos artistas que sobem ao palco para animar as várias famílias. Em cima de uma longa mesa com 106 metros, representativos da idade do avô mais velho do concelho de Penafiel, estão vários bolinhos para serem distribuídos, mas que não escapam aos olhos dos mais gulosos.
Esta data foi instituída em 2003, pela Assembleia da República, “muito graças à determinação, à luta da saudosa Ana Elisa do Couto”, uma avó penafidelense mentora deste dia em Portugal, refere Antonino de Sousa, presidente da Câmara Municipal de Penafiel. “Aqui em Penafiel o Dia dos Avós tem um sabor diferente, as comemorações são, de facto, mais genuínas. A cada ano, são mais aqueles que vêm ao nosso Parque da Cidade para celebrar”, sublinha.