Ricardo Sousa, o já anunciado candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Paredes, escolheu o Parque José Guilherme, no centro da cidade, para apresentar as linhas mestras da candidatura. Entre as principais apostas estarão a habitação e apoios sociais, a educação, juventude e fixação das pessoas, as empresas e a atracção de investimento. Fazendo jus ao slogan da campanha, o social-democrata diz que é tempo de colocar “primeiro as pessoas” e deixou várias críticas à acção do actual presidente da autarquia, Alexandre Almeida.
“Regredimos décadas em três anos e meio. Queremos um concelho vanguardista. Paredes merece estar na linha da frente do país e não atrás de concelhos mais pequenos que estão ao nosso redor. Devemos ser uma referência no interior do distrito do Porto e, para isso, temos de ter políticas para as pessoas”, argumentou Ricardo Sousa.
“Em quatro anos, quantas casas de habitação social entregou Alexandre Almeida? Não entregou uma”
A cerimónia, que visou apresentar as linhas mestras da candidatura, foi curta e simples, devido à pandemia, e contou com poucas pessoas, além dos jornalistas. Entre outros nomes do partido, estiveram presentes os dois antigos presidentes da Câmara de Paredes pelo PSD, Granja da Fonseca e Celso Ferreira, e os actuais vereadores do PSD sem pelouros Hermínia Moreira e Filipe Carneiro.
“Temos um concelho que é da primeira divisão a nível nacional e que merece estar lá em cima pela população que tem. Somos o 27.º maior concelho do país e temos de dar às pessoas que aqui vivem a dignidade que merecem”, começou por defender o candidato do PSD, num discurso em que o nome que mais se ouviu foi “Alexandre Almeida”.
Isso passa por apostas em várias áreas, desde logo na educação e juventude, com reforço dos apoios e criação de melhores condições para as actividades de enriquecimento curricular.
O concelho de Paredes necessita também de investimento na habitação social e a preços acessíveis, referiu Ricardo Sousa. “A habitação para muitas pessoas do concelho é precária. Cabe ao município criar condições para que essas famílias possam viver melhor. Não o tem feito”, afirmou. “Em quatro anos, quantas casas de habitação social entregou Alexandre Almeida? Não entregou uma. Não podemos ter essa inércia à frente do município. Temos de criar condições para que todos em Paredes possam viver melhor”, frisou, alegando que é preciso dar condições aos jovens casais para que se possam fixar.
O social-democrata criticou ainda o pouco apoio dado às empresas e famílias para fazer face à pandemia. “Muitos concelhos direccionaram o orçamento municipal para apoiar famílias e empresas, quanto é que Alexandre Almeida direccionou do orçamento? Os concelhos vizinhos gastaram muito mais para ajudar famílias e empresas do que Paredes”, apontou.
“As micro e pequenas empresas, os trabalhadores, os profissionais liberais estão a definhar e qual foi o investimento que Alexandre Almeida fez durante os últimos dois anos para ajudar estas pessoas? Um político deve-se preocupar com as pessoas e não com a sua eleição”, criticou.
Disse, de igual forma, que é preciso reivindicar junto do Governo mais acesso à saúde para quem vive no concelho.
“Em quatro anos Alexandre Almeida teve cerca de 200 milhões de euros (em orçamentos) para investir/gerir no concelho de Paredes? Temos de fazer as opções e ficam connosco”, concluiu, falando do pouco apoio às pessoas. “Nestes quatro anos Alexandre Almeida mostrou que não estava preparado para ser presidente de câmara. Os paredenses ficaram bem pior”, referiu ainda.
Ainda não é tempo de falar de coligação com o CDS-PP e resgate será “o Novo Banco” de Paredes
Questionado sobre uma possível coligação com o CDS-PP, Ricardo Sousa diz que ainda não é tempo de falar dessa questão.
Quanto ao projecto de realojamento da comunidade cigana, o candidato afirma que não distingue etnias, mas frisa que o valor de investimento para as 26 habitações previstas “daria para fazer 52”. “Nenhum paredense acredita que cada casa vai custar 150 mil euros. Com o mesmo dinheiro faríamos 50 e não 26. Isto é folclore de fim de mandato”, resumiu.
Já quanto ao resgate de água e saneamento em curso, Ricardo Sousa lembrou que o PSD defendia outra solução. “A Be Water está em atraso com o concelho de Paredes em mais de 31 milhões de euros de investimento”, alegou, argumentando que o actual presidente da Câmara fez “tudo ao contrário” e desonerou a concessionária. “A solução dele pode ser o Novo Banco do concelho de Paredes e desgraçar-nos para muitos anos. Acho que ele não tem noção disso. Só está preocupado com a eleição de 2021. Mas Vão ser os paredenses a pagar”, antevê. Questionado sobre se pretende suspender o processo caso seja eleito, limita-se a dizer “infelizmente, Não sei se iremos a tempo de voltar atrás”.
Ricardo Sousa é natural de Rebordosa e empresário do ramo do mobiliário. Define-se “como um homem de fé, católico, humanista e identificado com os valores da social-democracia”. É militante do PSD há mais de 25 anos. Já foi, entre outros, líder da bancada da Assembleia Municipal de Paredes pelo PSD e lidera a comissão política concelhia do partido desde 2018.