Fotografia: Câmara de Felgueiras

Os autarcas de Lousada, Pedro Machado, e de Felgueiras, Nuno Fonseca, apelaram, esta segunda-feira, ao afinal da manhã, em conferência de imprensa, ao sentido de responsabilidade dos munícipes no combate ao Covid-19 nos dois concelhos.

O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, num apelo aos cidadãos, reforçando os conselhos e as informações já veiculadas pela Direcção-Geral de Saúde, apelou a que os cidadãos encarem esta doença como um caso sério, ajudando a minimizar um problema cujo o foco de irradiação parece ter surgido nessa zona.

“Naturalmente que são medidas gravosas que mexem com o dia-a-dia das pessoas, mas estamos todos perante um desafio médico, um desafio político, um desafio social e económico e mais vale prevenir que remediar e o apelo que fazemos à população é para que não relativizem o problema. Vejo nas redes sociais muitas pessoas a brincar com a situação. É um caso sério, não é um caso para brincarmos e apelo ao sentido de responsabilidade de todos  para que sigam as determinações da Direcção-Geral de Saúde porque é fundamental contermos os efeitos desta doença e há que fazer esse esforço para que se retarde a sua propagação”, disse, salientando que tanto a autarquia de Lousada como Felgueiras têm estado em contacto com vários actores e agentes locais no sentido de concertar esforços e circunscrever este problema.

“Durante a madrugada de hoje  concertamos posições. No caso de Felgueiras já havia uma escola encerrada, no caso de Lousada estava a ser ponderada essa decisão e, portanto, ficamos mais tranquilos com esta decisão da Direcção-Geral de Saúde de encerrar todos os estabelecimentos escolares do concelho públicos e escolares, assim como todos os outros estabelecimentos de utilização do público.  Estamos em articulação com as juntas de freguesia, com os clubes desportivos no sentido de evitar a congregação de pessoas para um mesmo local, para evitar essa propagação”, relevou.

O autarca lousadense, à semelhança do seu congénere de Felgueiras, agradeceu publicamente o trabalho realizado pelas autoridades de saúde, mas também dos ministérios da Educação.

“Quero relevar o conforto e a solidariedade do Governo, nomeadamente do Ministério da Educação e da Saúde e esperemos, porque ainda não sabemos os efeitos desta crise na economia local, que possamos contar com o apoio do Ministério das Finanças. O apelo que fazemos é para que as pessoas levem isto a sério, não pretendemos provocar o alarme social, mas também não podemos pactuar com alguma irresponsabilidade que se vai assistindo das pessoas relativizarem esta doença como se não doce grave”, avançou, reconhecendo que esta é situação especial, desconhecida que todos os cuidados são poucos, tendo todos os cidadãos um papel activo no combate a este problema.

Questionado sobre o reforço de material e equipamento nos centros e unidades de saúde, Pedro Machado manifestou estar convicto, apesar de não dispor de elementos que confirmem isso, que tudo está a ser feito no sentido de minimizar os efeitos da patologia nestas unidades.

Quanto aos serviços públicos, o chefe do executivo lousadense recordou que alguns já foram encerrados e outros estão a funcionar com serviços mínimos.

“Os estágios curriculares foram, suspensos, assim como as viagens ao estrangeiro, estamos tomar cuidados ao nível da protecção dos funcionários, em especial os que recebem público. As escolas, cerca de 20, estão enceradas”

Respondendo a uma questão colocada por uma jornalista, sobre a necessidade dos pais e encarregados de educação acompanharem os filhos sem aulas, Pedro Machado esclareceu que o município está a trabalhar com as autoridades e o Governo e irá ponderar estas questões e encontrar respostas e soluções que permitam minimizar estas situações.

“Haverá pais que irão ter essa dificuldade e há que encontrar soluções para isso”, avisou, sublinhando que o seu executivo encerrou já todos os estabelecimentos de ensino para além dos que constam da DGS, os Paços de Concelho estão a funcionar com serviços mínimos.

“Os estágios curriculares foram, suspensos, assim como as viagens ao estrangeiro, estamos tomar cuidados ao nível da protecção dos funcionários, em especial os que recebem público. As escolas, cerca de 20, estão enceradas. Não lhe posso adiantar quantos dias vão ser. De um dia para o outro as medidas podem ser alteradas e revistas. Tudo o que se dizer é aventar cenários e não fará sentido”, atalhou, reconhecendo que à medida que existirem orientações nesse sentido, poderá haver necessidade de rever essas medidas.

“Na China, onde o foco começou, já existem escolas a abrir e temos de confiar que em Portugal iremos fazer um caminho do genro e que a normalidade pouco a pouco será restabelecida. Todos somos potenciais focos de contaminação e teremos de ter cuidado para que a situação não se agrave ainda mais”, assegurou.

Fotografia: Câmara de Felgueiras

O presidente da Câmara de Felgueiras, Nuno Fonseca, reiterou também o apelo à serenidade e frisou que além das orientações da Direcção-Geral de Saúde, o seu executivo municipal optou por encerrar todos os edifícios municipais de acesso ao público, exceptuando os Paços do Concelho, restringindo, a sua circulação de pessoas apenas para serviços essenciais e os serviços técnicos.

“Neste momento difícil e de grande responsabilidade para todo o pais, não apenas e só para o concelho de Felgueiras e de Lousada. Entendemos depois das medidas que foram anunciadas pela Direcção-Geral de Saúde tomarmos e concertarmos entre os dois municípios, não deixando de comunicar  com os municípios vizinhos aquilo que eram medidas que iríamos tomar adicionais às que o Governo tomou. Estas medidas foram concertadas entre nós. O município de Felgueiras irá para além daquilo que foi estabelecido nas orientações da Direcção-Geral de Saúde também encerrar todos os edifícios municipais de acesso ao público, exceptuando os Paços do Concelho, restringindo, no fundo, aquilo que é a sua circulação de pessoas apenas para serviços essenciais e os serviços técnicos”, expressou, sublinhando que as feiras da Lixa e Felgueiras desta semana e da próxima serão também canceladas assim como todos os eventos públicos por um período de 30 dias.

“Neste momento difícil, apelo para que todos os munícipes adoptem um comportamento sereno e responsável”

O autarca felgueirense realçou que o município de Felgueiras continuará em permanente contacto e estreita colaboração com as autoridades competentes, nomeadamente ACeS, Direcção Geral de Saúde e Ministério da Educação, e veiculará eventuais alterações/revisões ou medidas complementares que venham a ser adoptadas em função da evolução da situação.

“Neste momento difícil, apelo para que todos os munícipes adoptem um comportamento sereno e responsável. Com a colaboração de todos vamos conseguir que a normalidade volte a imperar”, disse, reconheceu, igualmente, a necessidade destas medidas serem seguidas por outras instituições públicas e privadas de modo a acautelar aquilo que foram as recomendações da Direcção-Geral de Saúde.

Nuno Fonseca declarou, também, que esteve em contacto com as juntas de freguesias, as escolas, os directores dos agrupamentos e apesar da “anormalidade” da situação, esta segunda-feira, está a decorrer com alguma calma e serenidade.

O chefe do executivo de Felgueiras avançou, ainda, que o seu executivo solicitou já ao Governo medidas extraordinárias para poder fazer face àquilo que possam ser as repercussões destas medidas tomadas pela Direcção-Geral da Saúde

“Pedimos também ao Governo para que pudesse acautelar juntamente com os seus parceiros na parte económica e social medidas extraordinárias para poder fazer face àquilo que possam ser as repercussões destas medidas tomadas pela Direcção-Geral da Saúde.  As pessoas devem estar tranquilas, é o momento de estarmos juntos e não de aproveitamentos político-partidários independentemente de onde eles possam vir. Apelo a todos para que ajam com responsabilidade a bem de todos os felgueirenses e lousadenses e de todos os portugueses”, afiançou, recordando que estas medidas são temporárias, mutáveis  e durarão até que haja orientações em sentido contrário, podendo eventualmente ser necessário reforçá-las em função da evolução da situação.

Questionado sobre a ausência do presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida, nesta conferência de imprensa, o responsável pela autarquia felgueirense reiterou que tanto ele como o autarca de Lousada mantém boas relações com os colegas da região, sendo este um problema de todos.

“Todos temos responsabilidade nesta matéria”, adiantou, afirmando que Felgueiras tem 40 estabelecimentos da rede pública, cerca de 9221 alunos, 354 funcionários, cerca 806 professores além daquilo que são os prolongamentos, actividades como as refeições, transportes, existindo na rede privada, nas instituições particulares de solidariedade social, 15 instituições que suspenderam as suas actividades, num total de 741 crianças e as escolas de música e dança, num total de sete.

“Estamos perante uma situação mutável que se propagada com grande rapidez. Estamos em estreita colaboração com todas as entidades”, concretizou, defendendo que os planos de contingência das escolas estão acautelados, advertindo que caso seja necessário implementar medidas mais musculadas, estas serão implementadas pelas autoridades competentes.

Sobre os impactos económico-financeiros no concelho, Nuno Fonseca declarou que os empresários fizeram já os seus planos de contingência, criando medidas para acautelar os trabalhadores, mas também os fornecedores e clientes, nomeadamente através da criação de salas nas próprias unidades.

Nuno Fonseca deixou, também, algumas indicações, que aliás fazem já parte das orientação da Direcção-Geral de Saúde, como reforçar os cuidados de higiene, lavar frequentemente as mãos com água e sabão, durante pelo menos 20 segundos, ou com solução anti-séptica de base alcoólica, tapar a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar, com a dobra do cotovelo, evitar cumprimentar, beijar e abraçar outras pessoas, contactar as autoridade de saúde caso surjam sintomas, febre, tosse, dor de garganta, dores musculares, dor no peito, dores articulares ou diarreia, devendo-se evitar deslocações desnecessárias.