Autarca de Valongo pede Estado de Urgência Nacional ao Governo. Há 12 casos no concelho

E apelou à população que não participasse na Feira de Campo que se manteve em funcionamento esta manhã

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O presidente da Câmara Municipal de Valongo criticou hoje a realização da feira semanal de Campo apesar de todos os alertas das autoridades de saúde e pediu ao Governo a declaração de emergência nacional para que as autoridades locais possam intervir. Segundo José Manuel Ribeiro há 12 casos confirmados de COVID-19 no concelho, sendo 10 na freguesia de Campo e Sobrado.

A Câmara lançou um apelo público, esta manhã, via redes sociais. “Apelamos a todos os munícipes que não frequentem a Feira de Campo, que hoje se mantém em funcionamento, apesar de todas as recomendações das autoridades para que se evitem aglomerações de pessoas, para conter a pandemia COVID-19, e de estarem já confirmados vários casos da doença no município de Valongo. A competência de gestão da referida feira é da junta de freguesia, pelo que a Câmara Municipal de Valongo não tem poderes para fechá-la de imediato”, alertava a autarquia, que chegou a pedir a intervenção da GNR.

Através da mesma plataforma, muitos criticavam a “irresponsabilidade” de manter a feira a funcionar.

Entretanto, em comunicado, o presidente da Câmara de Valongo veio pedir a declaração de Estado de Urgência Nacional ao Governo. “Só dessa forma as autoridades locais podem impedir a realização de actividades como a Feira de Campo”, justifica, realçando o número de casos já detectados no concelho. A autarquia lembra que está a fazer tudo o que pode dentro “da sua esfera de competências” e que já decretou encerramento de serviços e equipamentos e cancelou eventos, entre outros.

Contactado, o presidente da Junta de Freguesia de Campo e Sobrado explica que as feiras se regem pelas mesmas leis que os hipermercados, que também mantêm portas abertas.

Alfredo Sousa garante, ainda assim, que esta foi a última feira realizada, como tinha sido acordado com os autarcas de Alfena e Ermesinde, onde também se terão realizado as feiras. “Percebo que as pessoas estejam com medo e ansiosas, mas também se mantêm abertos os supermercados e restaurantes. Aqui pelo menos é um espaço aberto”, diz o autarca.

A feira foi procurado por menos pessoas que o habitual e Alfredo Sousa diz que aproveitou para falar aos feirantes dos cancelamentos das próximas semanas.

“Só tive ontem conhecimento que havia mais quatro casos confirmados na freguesia, e pela comunicação social. Somos presos por ter cão e presos por não ter”, lamenta.

 

A feira terá terminado pelas 13h00.