O voto contra dos vereadores do PSD e da CDU a 2.ª Revisão do Orçamento e 2.ª Revisão das Grandes Opções do Plano do ano 2017, em reunião de Câmara de Valongo, esta quinta-feira, chumbaram os documentos. Esta decisão, diz o presidente do município, “impede a execução de inúmeros projectos há muito ansiados pelas pessoas do concelho”.

José Manuel Ribeiro fala num bloqueio “desta coligação negativa”. “Esta atitude da oposição é inacreditável e só se pode explicar por uma atitude negativa de querer bloquear a governação local. Não há aqui alterações de fundo ao orçamento, não há aumento da dívida, nem novas rúbricas, com excepção da iluminação pública, que nem sequer envolve despesa. O que estamos a fazer é o que todas as câmaras fazem de forma pacífica: incorporar saldos e resolver problemas das pessoas”, sustenta o autarca.

Em causa estão projectos como a substituição da iluminação pública por tecnologia LED em todo o concelho, permitindo voltar a ligar todos os 5000 postes que foram desligados no mandato anterior; a construção/reparação de parques infantis; a requalificação de diversos arruamentos em todo o concelho; intervenções urgentes em várias escolas de todo o concelho; a aquisição de computadores para as escolas; a reabilitação do Moinho da Levada do Cabo e reabilitação do Antigo Cinema em Alfena; a intervenção em vários equipamentos desportivos em Valongo, Alfena e Sobrado; a conclusão da intervenção no parque de estacionamento da Azenha em Campo uma das portas de acesso ao Parque das Serras do Porto; o reforço do apoio às corporações de Bombeiros de Valongo e Ermesinde; o arrendamento da Casa do Povo em Ermesinde para abertura de um Pólo Sénior; e a aquisição de novo autocarro para transporte de crianças, entre outros, refere a autarquia.

Em comunicado, a concelhia do Partido Socialista de Valongo também veio condenar este sentido de voto do PSD e da CDU. “O PS Valongo solidariza-se com o presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro, que é quem presta contas às pessoas, apesar de não possuir todas as condições para governar, e lamenta este comportamento de autêntico terrorismo, pois ao querer impedir a governação local querem, no fundo, atacar a pessoa do presidente, pois sabem que sozinho não tem condições para governar” e apela “ao bom senso dos partidos da oposição”, diz o documento.

 

PSD diz que não está a inviabilizar projectos e pede reunião para discutir o que dizem ser um novo Plano Plurianual de Investimentos

Também o PSD Valongo já veio a público justificar o voto contra nesta matéria. “Aproveitando um incentivo do Orçamento de Estado, o presidente da Câmara Municipal de Valongo apresentou um novo Plano Plurianual de Investimento sem permitir qualquer discussão entre as forças partidárias, como é próprio na elaboração de um plano de investimentos. O PSD propôs a retirada do ponto com o objectivo de ser alcançado um consenso alargado a todas as forças partidárias” e o agendamento de uma reunião entre as várias forças políticas para discutir o documento, diz o partido.

“Tratando-se de um verdadeiro novo Plano de Investimento Plurianual e sendo um documento de cariz político, o PSD entende que deve existir um consenso alargado com todas as forças partidárias. Sendo contrário a métodos anti-democráticos, o PSD entendeu rejeitar o documento, mantendo a proposta de reunião entre as várias forças políticas”, sustenta o comunicado dos social-democratas.

Mas o PSD nega que o voto esteja a bloquear a acção do executivo ou a inviabilizar os projectos previstos neste documento. “O PSD está já habituado a que o presidente da Câmara de Valongo apresente as propostas quando está a esgotar todos os prazos, não aceitando, por isso, o argumento de que a proposta teria de ser aprovada hoje [quinta-feira] para ser submetida à Assembleia Municipal que se realiza no próximo dia 27. O incentivo do Orçamento de Estado não se esgota numa semana!”, critica a oposição.

O partido argumenta que José Manuel Ribeiro deve antes ouvir todas as forças políticas, sobretudo quando a proposta prevê um investimento de 3,8 milhões de euros, num “novo Plano Plurianual de Investimento não sufragado pela Câmara Municipal de Valongo”.