Antes de qualquer análise ou emissão de uma qualquer sincera opinião sobre a vida política do nosso concelho, permita-me caro leitor explicar-lhe que por vezes a vida profissional e as viagens regulares não me permitem escrever com a regularidade pretendida e exigida.
Agradeço a sua paciência e claro a sua fiel audiência. E talvez um dia, consiga transcrever em palavras a enorme mala de fantásticas memórias que vou acumulando entre as viagens profissionais e de lazer por este nosso mundo maravilhoso.
Bom, centremos na reflexão política.
Gostava de poder abordar variadíssimos temas que estiveram na “crista da onda” da vida política do nosso concelho nas ultimas semanas, contudo, e porque o número de palavras máximas permitidas até a sua atenção se perder não me deixa-o fazer, deixo-o com duas reflexões sobre dois temas importantes: uma auditoria e um evento de andebol.
Comecemos pela auditoria.
Por estes dias, são mais de 70 as páginas que tentam explicar entre palavras e raciocínios técnicos a atual situação financeira da autárquica.
Entre as muitas páginas, a auditoria explana aquilo que já todos sabíamos: uma dívida de pouco mais de 50 milhões e um passivo a rondar os 115 milhões. Duas palavras que com significados e usabilidades tão diferentes, mas que o Sr. Presidente, um Revisor Oficial de Contas, tenta sistematicamente confundir. Não acredito que seja propositado, ou muito menos orquestrado para confundir as pessoas, mas que não deixa de ser estranho, não deixa.
E quanto a este tema, divida e passivo, voltaremos em breve. Merece uma análise tão mais profunda e um debate que de uma vez por todas coloque a nu a fraqueza desta mentira que sistematicamente o Sr. Presidente e o seu partido tentam passar para a opinião publica.
Bom, mas voltemos à auditoria.
Quando nos debruçamos a ler a auditoria é sistemática a comunicação do auditor em referir que o município não forneceu todas as informações necessárias para este proceder às conclusões pedidas. Ora, se foi o atual executivo que iniciou e pediu esta mesma auditoria, porque afinal não disponibilizou a informação necessária? Os serviços não estavam preparados? Ou foi intenção manter aquela necessária opacidade no medo de ultrapassar o “cabo das tormentas”?
Não entendemos como é possível exigirmos mais um encargo financeiro ao município para realizar uma auditoria às contas sem ter a audácia de exigirmos uma auditoria económica, de erros ou mesmo de fraudes. Sim, de fraudes. Não basta sistematicamente este Partido Socialista continuar a apontar os dedos ou falar sinuosamente de pessoas e partidos e nunca ser capaz de provar nada, além, de que eles próprios mentiram nos números e nas contas.
Quero deixar um publico elogio à bancada do PSD na Assembleia Municipal e em que eu, como deputado municipal, não estive presente. Com organização nas intervenções, audácia nas questões e coragem pelo confronto político merecem o carinho e a certeza que o PSD tem muito orgulho em todos vocês.
Na política, há sempre quem fale demais. É o mais frequente. E enquanto este PS não deixar as desculpas das heranças no passado, as ações escondidas em números e não entender que o futuro do nosso concelho depende do seu poder enquanto executivo, Paredes e as suas gentes, continuarão sempre em segundo plano. Por isso, chega Sr. Presidente.
De uma vez por todas, além das aulas de economia e finanças eu quero ver o seu projeto político para Paredes. Como oposição quero discutir as alternativas. E como paredense, quero que Paredes progrida e não estagne nos números em que é mestre.
Chega Sr. Presidente.
Para terminar e porque é raro em Política, muito menos na política autárquica, deixo um elogio a uma iniciativa: O festival de andebol no concelho de Paredes.
Podemos discordar dos valores absurdos da comunicação, podemos discordar da forma como é feito em detrimento da não aposta nos nossos jovens e no desporto escolar ou até mesmo discordar do investimento neste tipo de eventos ao invés de apostar num outro qualquer evento. Mas, de uma coisa todos estamos de acordo: a cidade e o concelho animaram-se em torno de um festival.
Deixo-lhe só uma pequena nota: não fosse a herança do PSD com os 14 pavilhões desportivos em todo o concelho onde faria o Sr. Presidente o evento de andebol?
Entre números austeros ou pavilhões para as nossas gentes, eu prefiro pavilhões. Já o Sr. Presidente, aposto que se vai continuar a esconder nos números. Se faltarem as ideias não se acomode, estamos cá para ajudar.
Até para a semana!