É evidente que, salvo raras excepções, todos os pais amam profundamente os seus filhos. É algo tão visceralmente inato na natureza humana que não é necessário “esforçar-se” por amar os filhos e desejar o melhor para eles.
No entanto, como tantas vezes presenciamos nos dias de hoje, parece que muitos pais não sabem amar os seus filhos de um modo correcto.
Dão aos filhos tudo aquilo que eles lhes pedem, confundindo amar com mimar. O seu coração paternal diz-lhes que amar inclui não deixar que lhes falte absolutamente nada. No entanto, confundem o necessário com o supérfluo.
O necessário não pode faltar. O supérfluo tem de faltar em muitas ocasiões. Se não, não há verdadeira e completa educação. Os filhos ficam caprichosos, mimados e nada preparados para a vida que os espera.
Convém não esquecer que os filhos não nascem educados, nem se educam a si mesmos. É aos pais que, através de um amor genuíno, corresponde o dever de os educar. De os preparar para a vida, ensinando-os a usar bem a sua liberdade.
Não se pode amar só com o coração. É preciso amar também com a cabeça, por muito estranha que pareça esta afirmação.
Como diz Pilar Guembe, os filhos necessitam de uns pais que os amem, que os protejam e cuidem, mas que também os eduquem e exijam. Não querem pais que deleguem essa responsabilidade na escola, no ambiente e muito menos na internet, mas que assumam plenamente a sua missão.
Não querem pais moles, passivos, que dizem sempre que sim. Necessitam de pais exigentes, activos e optimistas, que estão dispostos a esforçar-se por ajudar os filhos a aprenderem a ser independentes, com critério, sabendo administrar bem a vida que lhes foi confiada.
Pais que preferem enganar-se alguma vez a renunciar à sua insubstituível missão educativa.