Está dado o primeiro passo para a concretização do Parque das Serras do Porto que engloba os municípios de Valongo, Paredes e Gondomar. Foi hoje assinado, em Gondomar, a escritura pública de constituição da associação de municípios que terá sede em Valongo e será presidida em primeiro lugar por Celso Ferreira, presidente da Câmara de Paredes.
A constituição desta associação de municípios é um passo fundamental no processo de classificação das serras de Santa Justa, Pias, Castiçal, Flores, Santa Iria e Banjas como área de paisagem protegida regional, dando origem a uma nova forma de ver, pensar e trabalhar o património comum aos três municípios por onde o parque se estende. No total são 5.700 hectares. O Parque das Serras do Porto está integrado numa região com elevado potencial económico, cultural e ambiental e é ainda um projecto orientado para valorização e protecção do território. Este pulmão verde da Área Metropolitana do Porto visa igualmente promover a oferta turística da região que, por estar tão próxima da cidade do Porto, tem um potencial que está longe de ser concretizado.
“Porto pode comunicar ao Mundo que tem serras”
Na cerimónia de assinatura da escritura pública, José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Valongo, lembrou os longos anos, 70 dizem, durante os quais surgiram alguns projectos, por iniciativa do PS e do PCP, em defesa dos imensos valores das serras mas que nunca se concretizaram. Apenas no mandato anterior a Câmara de Valongo conseguiu instituir a área de paisagem protegida local, o que no entender de José Manuel Ribeiro “não chegava”. “Neste ano e meio conseguimos sentar e dar o primeiro passo”, disse, salientando que as serras “são um dos maiores activos que o Porto tem”. “O Porto pode comunicar ao Mundo que tem serras”, disse. Considerando que até agora não tem havido “estratégica, o autarca de Valongo defende que “este primeiro passo traz visão à caminhada”. Em Valongo destacam-se a Aldeia de Couce, o Vale do Rio Ferreira e as Serras de Santa Justa e Pias, onde se podem descobrir trilobites, minas de ouro subterrâneas da Época Romana, plantas e animais raros, entre outros recursos de um território que é também o livro geológico mais antigo do País.
Para Celso Ferreira, presidente da Câmara de Paredes, este foi um “dia histórico” para a Área Metropolitana do Porto, salientando que já não se recorda do último projecto metropolitano com tamanha dimensão, com a excepção do Metro do Porto. Classificando o projecto de “grande ideia colectiva”, o autarca sublinhou o “objectivo de coser o território e dar qualidade de vida”, destacando do seu território a Aldeia de Alvre, santuário da Senhora do Salto, as minas de Castromil e o castelo de Aguiar do Sousa. Também Celso Ferreira destacou o entendimento alcançado para concretizar o projecto. No entanto, disse, “não pode ser um mero acto político”, salientando que é fundamental envolver a sociedade civil”.
Marco Martins, presidente da Câmara de Gondomar e anfitrião da cerimónia, sublinhou o “trabalho intenso” do último ano e meio que culminou agora na assinatura da escritura pública, deixando claro que o esforço deve manter-se. “Agora depende de nós, do empenho de cada um. Temos de passar à acção”, acrescentou. “Hoje o que todos nos temos de fazer passar é a marca Porto, Porto como região, como capital de todo o Norte do País, como destino turístico”, afirmou Marco Martins, explicando a abrangência do conceito e do alcance da denominação Parque das Serras do Porto. Os três autarcas frisaram o carácter apartidário do projecto. Claro ficou ainda que o Parque das Serras do Porto é um projecto geracional, que se vai desenvolver ao longo de décadas.