A ADISCREP, a Associação para o Desenvolvimento Integrado, Sócio-Cultural, Recreativo e Económico de Penafiel, acusa a Câmara Municipal de “despejar” a Universidade Sénior, a funcionar na antiga escola primária, na Praça do Mercado.

Em comunicado, a coletividade explica que esta estrutura envolve cerca de 80 alunos, “apoiados por um corpo docente voluntário, composto por 25 profissionais , que vão ficar na rua sem que se compreenda a racionalidade da decisão por parte de um presidente de Câmara” que “utiliza como bandeira politica”, as “famílias, os mais carenciados e os idosos”.

Instada sobre esta situação, a autarquia desmente, explicando que o espaço foi cedido, de forma precária, em 2014, “com a possibilidade de reverter a cedência em caso de necessidade”, o que veio agora a acontecer, na sequência da “descentralização de competências, na área social e da saúde”. Um cenário que levou ao aumento do “volume de trabalho e de atendimentos ao público” por parte dos serviços do município.

Assim, e com os colaboradores destas áreas da edilidade a trabalharem “em condições precárias”, surgiu a necessidade de criar novos espaços (gabintes) na antiga escola”.

A autarquia esclarece ainda que esta reversão foi votada, por unanimidade, em reunião do executivo, mas, e ainda assim, já disponibilizou um edifício de uma outra antiga escola primária, recentemente reabilitado, situado em Novelas, com “todas as condições necessárias”.

Ainda segundo o município, esta decisão contou com a anuência dos representantes da Universidade Sénior. Para além disso, só vai ser pedido à coletividade que mude de instalações apenas no final do ano letivo, permitindo “que a universidade termine calmamente” o período de aulas.

Só que o novo espaço disponibilizado não convence a ADICRESP, que argumenta que se situa “numa pequena colina, com escadas e de difícil acesso”. Ao contrário das atuais instalações que são “centrais” e com “oferta de estacionamento”.

A terminar, a coletividade lembra que “sempre funcionou com dificuldades económicas, dependendo muito da boa vontade e voluntariado dos seus professores”, recebendo “um subsídio municipal anual na ordem dos 800 euros, sendo a cedência do edifício é essencial para o seu funcionamento”.