António Costa participou, esta sexta-feira, num jantar com cerca de 600 militantes e apoiantes da candidatura de Alexandre Almeida à Câmara Municipal de Paredes. “Este é um momento histórico para Paredes. Chegamos ao fim de um ciclo e agora é tempo de abrir um novo ciclo e olhar para o futuro. E esse ciclo só pode ser o do PS com Alexandre Almeida”, defendeu o secretário-geral do PS, em Besteiros.
A noite foi de críticas à actual gestão social-democrata. O candidato lembrou a “falta de diálogo, competência e transparência” do actual executivo. “Esta câmara vive do faz de conta, da ilusão, da mentira e deixa o essencial para trás”, defendeu Alexandre Almeida.
“Paredes precisa de uma governação diferente, de uma câmara que compreenda as necessidades das pessoas, que faça mais trabalho e menos show-off, de uma câmara de boas contas”, salientou Manuel Pizarro, presidente da Federação Distrital do PS do Porto.
“Temos vergonha ao ver o nome de Paredes associado a suspeitas de fraude e falsificação nos centros escolares”
Alexandre Almeida é “um homem sério, de grande valor e diálogo, com grande capacidade de trabalho e um profissional competente”, caracterizou Domingos Barros, presidente da comissão de honra da candidatura. “Vai dar um novo rumo ao concelho de Paredes respeitando todas as freguesias”, garantiu. “Os paredenses andam tristes e muitos já perderam a confiança na nossa autarquia”, acrescentou Domingos Barros.
O candidato aproveitou para lembrar projectos que só queriam criar ilusões na população de Paredes, como o mastro, a cidade inteligente, a cidade desportiva que ia ser a maior do Norte do país ou a Carta Educativa, que considerou uma “oportunidade perdida” para o concelho.
“Temos vergonha ao ver o nome de Paredes associado a suspeitas de fraude e falsificação nos centros escolares”, lamentou Alexandre Almeida, referindo-se ao relatório da OLAF, organismo europeu anti-fraude, que veio recentemente a público. “A câmara corre o risco de devolver fundos comunitários devido a má gestão”, criticou.
O socialista diz ter consciência que herdará uma câmara com “uma herança pesada” e “endividada”. Lembrou a questão da água e saneamento por resolver, com o concelho a ter uma cobertura de saneamento que mal chega aos 40% e muitas casas que só têm água graças às pequenas cooperativas que existem em Paredes.
“Um dos nossos principais desígnios será a inovação e o emprego. Vamos querer fazer de Paredes o maior centro empresarial da Área Metropolitana do Porto, criando mais zonas industriais e efectivando algumas das já criadas”, disse o candidato à Câmara de Paredes.
Alexandre Almeida diz que pretende também tornar o território mais competitivo através da descida da taxa de IMI, que actualmente é das mais elevadas da região e mudar o paradigma “para tornar a câmara parceira de outras instituições”. “Os presidentes da junta deixarão de ser pedintes”, garantiu.
“Apesar das dificuldades que vamos encontrar tenho os jovens no pensamento, que vão precisar de equipamentos e oportunidades de emprego”, afirmou Alexandre Almeida, dando como exemplo a ideia de construir uma piscina ao ar livre no centro da cidade.
“Uma oposição que mete pena”
Para António Costa não há dúvidas. Alexandre Almeida é o homem certo para liderar um novo ciclo em Paredes, concelho que o secretário-geral do PS e actual primeiro-ministro disse ser “fundamental para a economia do país”, muito devido à indústria existente.
Falando da importância dos autarcas locais, António Costa lembrou que os autarcas que vão ser eleitos em 2017 “terão mais meios e competências para ajudar a desenvolver o território”. “É por isso que precisamos de ter em Paredes alguém que puxe por este concelho e o seu desenvolvimento, é por isso que apoiamos o Alexandre Almeida”, sustentou.
O socialista não deixou de fora do discurso as mudanças que têm acontecido no país e que trazem “notas de confiança”: “o desemprego baixou e foram criados 100 mil postos de trabalho em Portugal; crescemos mais que a União Europeia no último semestre; estabilizamos e começamos a reduzir a dívida; houve um aumento de investimento e aumento de exportações; e a Comissão Europeia está a prever um crescimento para 2017 superior às previsões do próprio governo”, disse.
António Costa aproveitou ainda para criticar o papel da oposição que considerou “irritada” e sem ideias. “Uma oposição que mete pena”, concluiu.