António Coelho é o novo presidente da comissão política do PSD Paços de Ferreira. O também vereador na Câmara Municipal de Paços de Ferreira foi o único candidato às eleições da passada sexta-feira.
O novo líder dos social-democratas pacenses admite que o partido demorou a reorganizar-se depois das últimas autárquicas e defende que esta fase exige um PSD alternativo e a dar um contributo ainda mais positivo. O autarca tece várias críticas em relação ao executivo socialista, que acusa de “empatar” o desenvolvimento do concelho e de não planear o futuro.
Por outro lado, António Coelho garante que as suas motivações começam e terminam na comissão política e que não será candidato em 2017.
“O partido teve dificuldade em adaptar-se à posição de oposição”
40% dos militantes activos foram às urnas, na passada sexta-feira, votar na lista encabeçada por António Coelho. Na sua comissão política estão José Manuel Soares, Joaquim Pinto, Alexandre Costa e Paula Gonçalves. José Bastos foi eleito para presidir à mesa do plenário.
António Coelho admite que o PSD teve alguma dificuldade em reorganizar-se depois de sair derrotado das últimas autárquicas. “O partido teve dificuldade em adaptar-se à posição de oposição e de se habituar a uma governação que parece oposição”, comenta. Depois de dois anos de mandato com pouco debate político autárquico em que se assistiu “a um atirar de culpas para cima do PSD”, esta será uma fase decisiva e em que vão estar em debate questões de fundo no concelho como os temas da água e saneamento, a situação financeira da autarquia e a interacção com as juntas de freguesia. “É preciso que a partir de agora o debate político tenha um nível mais construtivo. Até agora foi destrutivo”, sustenta António Coelho.
“O desenvolvimento do concelho está empatado”, critica o vereador, afirmando-se que isso se deve ao rumo tomado com o processo da PFR Invest. “Os bancos não estão disponíveis para sanear as contas do município, os investidores estão a afastar-se do concelho e houve outros que desistiram de investir por falta de condições e de terrenos”, acusa o autarca.
“A minha motivação começa e termina na comissão política”
Com meio mandato pela frente e um executivo socialista “hesitante” e cheio de “avanços e recuos”, António Coelho defende que é tempo de o PSD se mostrar como alternativa e dar um contributo “ainda mais positivo”. “Os elementos do PSD têm agido de forma responsável e votado favoravelmente vários temas”, salienta.
Entre estes avanços e recuos está o processo da água. “Agora estão disponíveis para pagar 50 milhões de euros à concessionária, depois de todo o combate feito. [Humberto Brito] ou está arrependido por ter sido o grande responsável por criar o desequilíbrio na concessão ou acredita que não resolvendo este problema perderá a credibilidade política. Eu estou convencido de que ele está arrependido”, afirma António Coelho.
Segundo o social-democrata, falta uma linha orientadora neste executivo e capacidade de planear o futuro, mas “não tem sido tudo negativo”. “Houve o bom senso de manter alguns processos que já estavam em curso, como a conclusão dos centros escolares, a regeneração urbana ou o Capital Solidária”, dá como exemplo. Por outro lado, critica a não preparação do município para o Portugal 2020. “Não houve capacidade para obter financiamento comunitário. Há apenas uma verba inscrita para a qualificação da EB 2,3 de Freamunde. Estamos a passar ao lado de uma oportunidade única”, alega.
Ao VERDADEIRO OLHAR, António Coelho garantiu ainda que não tem por objectivo ser candidato à Câmara Municipal em 2017. “A minha motivação começa e termina na comissão política”, diz, sustentando que quer pôr de pé um projecto que evite que o concelho esteja à deriva. Sobre o futuro, admite apenas a possibilidade de o partido aceitar um candidato de fora do PSD.