Antecipar os problemas e respeitar os eleitores!

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Uma das principais caraterísticas de quem exerce funções públicas, e, em particular politicas, está precisamente na visão de antecipar problemas que poderão acontecer, levando a cabo todas as diligências para os atenuar e/ou resolver definitivamente a contento das populações.

Por altura dos actos eleitorais, é frequente abordarem-se temas recorrentes que afectam as nossas comunidades, e há uma natural tendência daqueles que estão no poder em assumirem, que o assunto está a ser acompanhado, para posteriormente se decidir em conformidade.

Todavia, esta predisposição, não raras vezes, apenas aparente, choca com a realidade, e urge passar das palavras às acções concretas.

Na nossa cidade, temos várias situações de obras que foram mal planeadas, sem visão de futuro e que estão e irão prejudicar a nossa comunidade.

Refiro-me (mais uma vez), às intervenções na Variante do Cavalum, a que pomposamente se chama “ via de modos suaves”, em que a redução de duas faixas de rodagem em ambos os sentidos para apenas uma, é algo impensável e que está a prejudicar e causar constrangimentos diários no que à fluidez de tráfego e segurança rodoviária diz respeito.

Quando a mesma se iniciou, recordo-me bem das intervenções que fiz sobre esta matéria.

Fiz de novo alertas neste mandato na Câmara Municipal, sendo importante fazer-se algo enquanto há tempo sob pena de vir a ser tarde demais.

Outro assunto, a merecer atenção foi a infeliz concepção e concretização do Centro escolar de grandes dimensões a confinar com a conhecida Rotunda dos BV Penafiel, onde não se teve a visão de, pelo menos, criar uma via para a saída dos veículos, directamente para a Rua Pedro Guedes, ao invés, do que acontece, onde a entrada e saída das centenas de veículos que ali se deslocam diariamente (inclusive, veículos especiais de transporte de alunos), ocorre na mesma via, exígua por natureza, a Rua Abílio Miranda.

Os diferentes agentes, devem, ou pelo menos deviam, do meu modesto ponto de vista, reivindicar tal como nós temos feito recorrentemente para a CM intervir naquele espaço, criando uma via alternativa.

Não basta, com o devido respeito, o simples contentamento pelo facto da autarquia apoiar como é seu dever e obrigação actividades dessas mesmas entidades e associações;  é preciso que a edilidade faça mais neste particular.

O problema do trânsito caótico naquele e em outros locais da cidade tem responsáveis, que estão bem identificados.

Mas infelizmente para Penafiel, estas obras, como tantas outras, foram planeadas à pressa, sem estratégia e sem dimensão, a escassos meses das eleições autárquicas, pensando apenas em votos.

Se no imediato isso tem dado resultado, o futuro, não tenho dúvidas fará justiça àqueles que de forma prudente e avisada manifestaram as suas posições críticas em relação às mesmas.

É esse o dever de quem fiscaliza a acção do governo municipal, criticar construtivamente, não colocando em causa a legitimidade democrática de quem ganhou as eleições, nem fazendo dos penafidelenses incautos, mas apresentando de forma séria os seus pontos de vista.

Penafiel vai pagar caro alguns destes erros, que podiam e deviam ser evitados.

Devemos estar e sentirmo-nos todos convocados, para discutir e pensar Penafiel, em vez de se entrar na tentação de discutir a espuma dos dias, de se entrar na estratégia das afirmações e egos pessoais para directórios partidários verem e darem alguma coisa a poucos, aplicando-se isto às situações e oposições, que numa ânsia de manutenção ou aumento do status, usam e abusam do poder efémero que têm, não deixando qualquer valor acrescentado aos seus concidadãos.

Penafiel, exige e merece que se discutam os reais problemas do concelho, que os diferentes poderes, nas diferentes dimensões nem sempre atendem.

Esse é o desígnio de todos os que servem a coisa pública, e cujo juramento de cumprir com lealdade as funções que foram confiadas devem traduzir.

As populações estão cansadas de guerrilhas e intrigas partidárias, de jogos de influência e de poder, de traições entre companheiros/camaradas de partidos, e de muito mais.

Os partidos devem estar à altura da dimensão do seu povo, bem como devem respeitar os representantes democráticos desse mesmo povo e os seus representantes partidários, porque, quando assim não acontece, de forma livre e igualmente democrática, as pessoas podem seguir outro rumo, quando estão na vida pública com o mais nobre e genuíno sentimento, que é o de SERVIR A COMUNIDADE.

O tempo, como em tudo na vida, é o melhor e infalível juiz, e, pode demorar, mas acaba sempre por decidir e ajudar a decidir bem!!