Num tempo em que as crianças voltam a ser vítimas da guerra, nada melhor do que lembrar Anne Frank e tudo aquilo por que um ser humano não deve passar.
A história da menina judia que criou uma personagem imaginária, Kitty, e que a ela contou os dias de muitos meses em que esteve escondida com a família num anexo, durante a II Guerra Mundial para fugir à deportação e extermínio promovido por Hitler, vai poder ser revista em várias escolas do município de Lousada.
São mais de 200 fotografias do fenómeno de Anne Frank, da sua dimensão, do que foi uma das épocas mais tenebrosas da história do mundo e de uma mensagem deixadas num diário que tem trazido ao mundo aquilo que foram os horrores do Terceiro Reich.
A exposição ‘Anne Frank: uma história para hoje’, vai estar na Escola Secundária de Lousada de 2 a 7 de Maio. Depois, pode ser visitada na EBS de Lousada Oeste, de 9 a 14 de Maio, e de 16 a 21 na básica do município. O périplo termina na EBS DR. Mário Fonseca, de 23 a 28 de Maio.
Esta é uma organização conjunta da Câmara Municipal de Lousada e o projeto Vir a Ser, a Associação Comunidades que Florescem, em parceria com a Associação Internacional Intercultural Projects and Research.
De salientar que esta exposição já esteve patente em várias cidades do mundo e inclui fotografias pessoais do arquivo da família Frank, assim como por excertos do famoso Diário de Anne Frank.
Ao longo de 34 painéis educativos é contada a história de Anne Frank, através de uma linha temporal situando-se, por um lado, a história da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto e, por outro, a vida pessoal da menina judia.
A exposição narra a história de como a família Frank foge para Holanda deixando para trás a Alemanha Nazi e de como foi obrigada a esconder-se durante cerca de dois anos num anexo secreto, nas traseiras de um edifício de escritórios.
Conta-nos também o momento da traição que os conduz aos campos de concentração e à morte. Desta forma. os visitantes “conseguem construir uma visão geral de como a história pessoal se relaciona com os eventos ocorridos a nível mundial”, descreve a organização.
Para além de pretender ser “um instrumento educativo”, esta mostra pretende “manter viva a memória de Anne Frank (cujo diário continua a ser um símbolo das vítimas de todas as formas de discriminação e opressão) e de informar sobre o regime Nazi”.
“Estimular o pensamento crítico sobre as semelhanças entre eventos do passado e acontecimentos no mundo actual, fomentando a reflexão sobre conceitos como liberdade, respeito mútuo, direitos humanos e democracia”, são também objectivos implícitos desta exposição. Porque urge “desafiar o preconceito e reduzir o ódio, inspirando e incentivando a escolha de atitudes empáticas, compassivas e de respeito pelos outros”, sublinha a organização.
E nada melhor do que começar pelas escolas e pelos mais novos para promover essa consciência sobre a “necessidade urgente de uma cidadania participativa em que cada indivíduo esteja informado e comprometido com o esforço conjunto da criação de sociedades plurais e democráticas”.
Assim, a comunidade escolar vai ser convidada a ver o mundo pelos olhos de Anne Frank e, em paralelo, serão desenvolvidas actividades pedagógicas, nomeadamente, a formação de alunos Guia Anne Frank que farão as visitas guiadas aos colegas e professores, bem como à comunidade lousadense. Estas últimas terão que ser agendadas e acontecem todos os sábados do mês de Maio.
Recorde-se que, a Associação Comunidades que Florescem tem como Missão desenvolver competências socio-emocionais em crianças, adolescentes e nos adultos que compõem o seu universo familiar e escolar, porque, defende esta instituição, para fazer sociedade melhores é necessário “aprender e lidar com as questões que fazem parte da vida”.