Para alcançar a meta de desviar de aterro 2.500 toneladas de resíduos orgânicos, a Ambisousa lançou, há precisamente um ano, uma campanha de reforço de compostagem doméstica.
Além de acções de divulgação e sensibilização, a campanha previa a distribuição de 4.000 compostores pela população dos seis concelhos que integram a região do Vale do Sousa.
Um ano depois, numa sessão realizada na Biblioteca Municipal de Lousada, os responsáveis da Empresa Intermunicipal de Tratamento e Gestão de Resíduos Sólidos do Vale do Sousa garantem que o balanço é positivo. Até ao final de 2017 foram entregues sensivelmente 2.000 compostores e, este ano, o projecto continua com a entrega de mais 2.000 equipamentos. De realçar que há já 1.300 pedidos em espera.
Esta tarde foram também entregues às escolas os primeiros galardões do projecto “Escola Terra a Terra”, que desafiou os estabelecimentos de ensino a adoptar hábitos de compostagem.
Houve um aumento de mil toneladas nos resíduos indiferenciados encaminhados para aterro
O grande objectivo deste projecto é contribuir para a prevenção de produção de resíduos e evitar o envio de resíduos biodegradáveis para aterro, cumprindo as directivas nacionais e europeias, salientou Macedo Dias, presidente do conselho de administração da Ambisousa. “O Vale do Sousa não está a cumprir e tem que se dotar de estruturas para conseguir cumprir. Este é mais um contributo”, afiançou.
A ideia foi reforçada por Daniel Lamas, director do departamento de Monitorização Ambiental, Estudos e Projectos da empresa intermunicipal. Falando das metas de deposição e desvio de resíduos de urbanos de aterro e da retoma de recolha selectiva, Daniel Lamas alertou que, “se as coisas continuarem como estão”, os objectivos não serão cumpridos. A título de exemplo salientou que, quando os valsousenses deviam enviar para reciclagem cerca de 32 quilos de resíduos anuais per capita, esse valor ronda ainda os 22 quilos.
Isso leva a que haja cada vez mais resíduos indiferenciados depositados em aterro. Em 2017, foram 124 mil as toneladas de lixo que acabaram nos aterros da região, um aumento de mais de 1.000 toneladas em relação ao ano anterior. “É preocupante e temos que mudar de hábitos”, salientou o director do departamento de Monitorização Ambiental, Estudos e Projectos da Ambisousa.
28% desses resíduos são orgânicos, 15% são papel e 15% são plástico, o que mostra que há ainda um longo trabalho a fazer na separação de resíduos.
Ao aderirem à compostagem os valsousenses estão a desviar de aterro resíduos orgânicos. A Ambisousa leva o compostor, gratuito, a casa, ensina a compostar e aconselha sobre o melhor local para colocar o equipamento.
12 escolas receberam galardão de “Escola Terra à Terra”
Para divulgar a compostagem, a empresa intermunicipal visitou todas as juntas de freguesia e 68 das 182 escolas do 1.º ao 3.º ciclo dos seis concelhos do Vale do Sousa. Acções que vão continuar nesta segunda fase do projecto.
“O balanço é positivo. Há uma grande adesão dos munícipes e os mais de 2.000 compostores entregues mostram o interesse da população em fazer parte do projecto”, resume Daniel Lamas.
O investimento nestes 4.000 compostores e nesta campanha de sensibilização ronda os 238 mil euros e foi co-financiado a 85% pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.
No final da sessão, 12 escolas – Escola Básica de Pinheiro e Centro Escolar de Lagares, de Felgueiras; Escola Básica de Meinedo e EB1 de Lagoas, em Lousada; Jardim-de-Infância de Raimonda e Colégio Nova Encosta, de Paços de Ferreira; EB N.º1 de Rebordosa e Jardim-de-Infância de Trás-de-Várzea, de Paredes; Jardim Escola João de Deus e Escola de Fonte Arcada, em Penafiel; e Escola Básica de Serradelo e EB1 de Casal da Renda, em Castelo de Paiva – receberam os primeiros galardões (um certificado e uma bandeira) do projecto “Escola Terra à Terra”, um reconhecimento do trabalho feito na educação para a compostagem.