Os alunos portugueses saíram-se bem no Programme for International Student Assessment (PISA), um exame internacional desenvolvido, de três em três anos, pela OCDE- Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico, que avalia se os alunos de 15 anos conseguem mobilizar os seus conhecimentos e competências de leitura, matemática ou ciências na resolução de situações relacionadas com o dia-a-dia das sociedades contemporâneas.
Segundo os resultados, divulgados esta terça-feira, os estudantes portugueses superaram a média da OCDE no último teste, relativo ao ano de 2015: obtiveram 501 pontos a literacia científica (oito acima da média), 498 a literacia em leitura (cinco acima da média) e 492 em literacia a matemática (dois acima da média).
“Portugal integra um lote muito restrito de países da OCDE que evidenciaram uma progressão positiva, bastante expressiva, ao longo das seis edições do estudo”, explica o relatório do Instituto de Avaliação Educativa.
Estes resultados fizeram Portugal subir nas tabelas, comparativamente aos 34 países da OCDE participantes, ficando na 17.ª posição no que toca às ciências, na 18.ª em termos de leitura e em 22.º lugar na matemática.
Mas os dados trazem ainda más notícias para a região. É que, olhando apenas para o contexto nacional, o Tâmega e Sousa surge sempre nos lugares mais baixos da classificação.
Na literatura científica, é o Alentejo Litoral que consegue o melhor desempenho, seguido da Lezíria, da Região de Leiria, do Alto Minho e de Coimbra. Já o Tâmega e Sousa está no outro extremo da tabela, 41 pontos abaixo da média nacional, mostrando que a maioria dos alunos não obteve os conhecimentos básicos em ciências. Nas piores posições estão também o Alto Tâmega e Trás-os-Montes.
A situação repete-se na leitura e na matemática, com os alunos do Alentejo Litoral a obterem os melhores resultados. No caso da leitura, em que a média nacional é de 498 pontos, o Tâmega e Sousa chegou aos 457 pontos, um resultado apenas melhor que o do Alto Tâmega (442) e de Trás-os-Montes (456). Também na Matemática, são os estudantes do Tâmega e Sousa que ocupam o fundo da tabela, com 454 pontos, menos 38 que a média do país.
O estudo mostra ainda que os rapazes se saem melhor que as raparigas na literacia científica e na matemática. A situação inverte-se quando se trata de literacia em literatura. À semelhança de outros rankings, também este revela que os alunos de escolas privadas que participaram neste teste tiveram melhores desempenhos que os que frequentam escolas públicas.
Segundo o Instituto de Avaliação Educativa, a edição de 2015 do PISA contou com a participação de 72 países e economias de todos os continentes, envolvendo quase 18.000 escolas, 95.000 professores e mais de 500.000 alunos, dos quais 7.325 eram portugueses. A nível nacional participaram no PISA 246 escolas.