Desde Outubro de 2015, segundo o Presidente da Junta de Freguesia de Alfena, a Junta de Freguesia que representa a população Alfenense, apesar de o ter solicitado, não conseguiu reunir com a Câmara, para falar sobre o designado, «Estudo de Reordenamento Viário das Ruas: Serra Amarela, Outeiro, Alexandre Herculano e Travessa Serra Amarela»
E, só através de uma Moção aprovada por unanimidade, a 29 de Fevereiro, na Assembleia Municipal, conseguiu que tal reunião, mas agora com a população, se realizasse, o que aconteceu no passado dia 22 de Abril, no Centro Cultural de Alfena.
Em esperado ambiente de certa crispação e explicações com técnicas desadequadas, contra aquilo que se poderia esperar, a reunião acabou por produzir efeitos imediatos e positivos para a população. E contra aquilo que se poderia esperar porquê?
Porque perante um trabalho construído em gabinetes de Arquitectura ao longo de muitos meses e considerado, pelo executivo camarário em permanência, como um trabalho de grande qualidade, e depois do Presidente da Câmara, na própria reunião, ter afirmado que a este respeito recusava interferir no trabalho dos técnicos, de um momento para o outro, teve que dar o dito por não dito. O Presidente da Câmara declarou ali publicamente, e em plena reunião, que decidia ali mesmo, deitar para o caixote do lixo o trabalho que sempre considerou positivo e que minutos antes afirmara respeitar.
Quanto teria custado e para que serviu um trabalho arquitectónico de meses?
Quanto custou? Para já, ainda desconheço.
Para que serviu? Para deitar ao caixote dos papéis.
Para evitar isto, porque não se ouviu quem tinha de se ouvir, conforme tinha questionado o Vereador da CDU, em reunião de Câmara, depois de ter conhecimento da pretensão da Junta de Alfena? Porquê?!!!
O Presidente da Câmara afirmou, ali, que aquilo tinha sido uma lição.
É evidente que aquilo foi uma lição, mas uma lição para todos, para os eleitos autárquicos e até para a própria população.
Porque a três dias da comemoração do histórico dia da Revolução, no Centro Cultural de Alfena, no dia 22 de Abril de 2016, manifestou-se o verdadeiro espirito do 25 de Abril de 1974.
E manifestou-se, porque o povo daquelas zonas soube responder à chamada e estar presente. Porque compreendeu que o que estava em causa eram os seus interesses.
E perante as expectativas da anunciada dúzia de pessoas que iriam estar presentes, estiveram várias dúzias, incluindo mulheres com crianças ao colo, (já assim cantava Zeca Afonso)
«Eram mulheres e crianças
Cada um c’o seu tijolo
Isto ali era uma orquestra
Quem diz o contrário é tolo»
Isto porque apesar de ser à noite, era preciso que fosse assim.
Será que os serviços de assessoria da Câmara para a Imprensa tiveram orientação para estar presentes? E, se estiveram, porque é que o assunto não veio nos Jornais?
Quem disser que a Imprensa está controlada, lá irá para onde o pague!!!
Mas se o povo sempre quisesse como agora quis em Alfena, de certeza que outro galo cantaria.