“Encabeço esta candidatura porque sinto hoje, que o meu partido, mas sobretudo, o meu concelho, precisam de mais este meu contributo”, disse, esta tarde, Alexandre Costa, numa conferência de imprensa em que assumiu a candidatura à liderança da comissão política do PSD de Paços de Ferreira. O que não assumiu é se será ou não candidato à câmara pelo partido nas autárquicas de 2021.
“Quero ganhar o partido para, amanhã ou depois, ganhar o concelho. Não estou a apresentar uma candidatura à câmara municipal mas à comissão política do PSD e a minha disponibilidade para trabalhar em prol do PSD e do concelho”, respondeu quando confrontado pelos jornalistas. O que quer é “reacender a chama” do partido que vai a eleições a 5 de Setembro. Ao que tudo indica, haverá uma segunda lista candidata.
É preciso mudança
“Uma nova atitude”. É isso que Alexandre Costa promete trazer ao PSD caso a comissão política que lidera seja eleita. É preciso mais discussão e debate porque, defendeu, “nem o presente nem o futuro se faz sem um PSD forte”. Lembrando o histórico do partido, que liderou os destinos do concelho por 35 anos, o social-democrata afirmou que cabe ao PSD voltar a participar activamente na construção do concelho.
A equipa, multifacetada e com representantes de vários sectores, onde estão nomes como o do antigo vereador António Coelho, da actual vereadora Célia Carneiro, ou de Miguel Pereira e Abílio Fernandes, membros da Assembleia Municipal pelo partido, entre outros, quer representar a população “e fazer com que as pessoas se sintam representadas pelo PSD”.
“Internamente reconhecemos que o partido precisa de mudanças”, admitiu Alexandre Costa. É preciso, afirmou, crescer a presença activa do PSD, valorizar os seus elementos, criar uma nova atitude de comunicar e mais diálogo com pessoas e instituições, porque o partido não tem conseguido passar a sua mensagem. Quer também encontrar um novo espaço para a sede concelhia que permita ter condições para realizar acções de formação. “Queremos que os nossos autarcas estejam bem formados e preparados para servir”, sustentou. Fomentar um debate interno é outra meta: “Queremos reacender a chama do PSD”.
Quem liderar a próxima comissão política estará já em pleno período pré-eleitoral, reconheceu. “Sabemos deste curto espaço, mas não iremos fazer as coisas à pressa. Iremos trabalhar para ter um projecto sólido e credível para Paços de Ferreira. Queremos ter os melhores candidatos, que representem as nossas freguesias e concelho”, garantiu.
Também este processo autárquico será encarado “com nova atitude, elevando o debate, falando de Paços de Ferreira pela positiva”, frisou.
Questionado, Alexandre Costa apenas disse que o perfil do candidato terá de ser definido pela comissão política e será aprovado na distrital e na nacional. “Queremos apresentar um bom candidato que possa representar o concelho e construir um projecto sólido. Terá de ser definido nos próximos meses”, concordou. Confrontado com a possibilidade de ser ele mesmo a liderar a candidatura do partido à câmara, o social-democrata não confirmou nem negou a hipótese. Alegou apenas que não é a altura de falar nisso e que agora é apenas candidato à comissão política.
Concelho “estagnado e sem rumo” e PSD perdeu “lastro”
Sobre o trabalho da comissão política ainda em funções, liderada por Joaquim Pinto, Alexandre Costa reconhece que teve um trabalho “difícil”. “Estávamos a sair de uma derrota”, salientou.
A altura é, por isso, de mudança para tentar fazer do PSD o que já foi. “Temos de assumir as coisas e de admitir os erros. O PSD perdeu nos últimos anos o seu lastro e a sua penetração na sociedade. Aquilo que temos de fazer é recuperar essa iniciativa, militantes, simpatizantes e quadros”, argumentou.
O PSD não conseguiu ter a melhor relação com a população e foi penalizado democraticamente. Temos de reverter essa situação. Temos condições para o fazer, mas será um trabalho difícil”, reconheceu.
Numa análise ao trabalho do actual executivo liderado pelo socialista Humberto Brito, Alexandre Costa diz que “não fez tudo mal”, mas que é possível “fazer melhor”.
O concelho está “estagnado” e “sem rumo” definido, comentou. “Não sabemos para onde vamos. Se o concelho vai continuar a ser o expoente do mobiliário, se vai diversificar no têxtil ou fazer uma aposta para a tecnologia. A dinamização cultural e turística tem sido aposta em todos os concelhos e aqui não tem vindo a acontecer”, deu como exemplo.
Também não há trabalho a nível cultural, políticas de atracção de empresas ou de fixação dos jovens licenciados e é preciso habitação a custos controlados, apontou.
Quanto à marca capital do móvel não está “em risco”, mas sofreu nos últimos anos e foi “descuidada”.
Alexandre Costa tem 51 anos, é casado e tem dois filhos. O empresário, que emprega mais de 50 pessoas, entrou para a política em 2005 e é presidente da Junta de Freguesia de Paços de Ferreira desde 2013. Considera-se “um apaixonado pela causa pública”.