O Prazo Médio de Pagamentos (PMP) das autarquias da região tem vindo a baixar, mas ainda há casos em que as facturas demoram cerca de sete meses a ser liquidadas, em média.
O último relatório da Direcção-Geral das Autarquias Locais, que elenca os prazos médios de pagamentos registados por cada município no final do 4.º trimestre de 2018, mostra que a média nacional anda nos 31 dias. A maioria das 308 câmaras municipais paga a fornecedores abaixo dessa marca. Nazaré (841 dias), Celorico da Beira (637) e Vila Real de Santo António (462) são as três autarquias que mais tempo demoram a regularizar compromissos com fornecedores.
Segundo o documento, continua a ser Paços de Ferreira a câmara municipal da região que mais demora a pagar. No final de 2018 eram 218 dias, em média. Valores já assumidos pelo executivo na recente prestação de contas, mas contestados. “Tínhamos um prazo médio de pagamento, em 2013, superior a três anos e neste momento temos um prazo de 218 dias. Ele vai diminuindo à medida que a divida antiga vai desparecendo do apuramento deste rácio”, justificou o vereador da Gestão Financeira e Económica, Joaquim Sousa. Humberto Brito clarificou ainda que o prazo médio de pagamento é fruto de uma fórmula e não reflecte a dívida actual, mas a média da dívida dos últimos trimestres. “Estamos a pagar as nossas facturas a 30 dias”, sustentou o presidente da Câmara.
O relatório da DGAL mostra que, desde o final de 2017, o percurso do município de Paços de Ferreira é de diminuição do PMP, tendo passado de 512 para os 218 dias.
Logo abaixo, com um percurso inverso, está a autarquia paredense. Em Dezembro de 2017, a Câmara de Paredes tinha um prazo médio de pagamentos de 100 dias e em Dezembro do ano passado esse valor era de 217 dias (ainda assim uma descida de dois dias em relação ao trimestre anterior). Quanto prestou contas, na semana passada, Alexandre Almeida, presidente da autarquia, prometeu que um dos objectivos para este ano é reduzir este prazo de pagamento a fornecedores que “é elevado fruto do enorme desequilíbrio financeiro herdado”.
Entre os 20 municípios que mais demoram a liquidar as suas facturas no país está ainda a Câmara de Penafiel. Os dados da DGAL mostram um aumento crescente do prazo de pagamento entre Dezembro de 2017, quando demorava 163 dias, e Setembro de 2018, quando chegou aos 259 dias. Nesse último trimestre do ano passado, a autarquia penafidelense baixou o PMP para os 155 dias, cerca de cinco meses.
O prazo médio de pagamentos da Câmara de Lousada manteve-se estável, apenas com ligeiras variações no último ano. Era de 43 dias no início de 2018 e ficou-se pelos 46 no final do ano. Ainda assim, acima da média nacional.
Por último, a Câmara melhor pagadora da região continua a ser Valongo, com um prazo médio de apenas quatro dias. No início de 2018 chegou mesmo a liquidar facturas a fornecedores em cinco dias.
As câmaras de Santana, Nordeste, Ferreira do Zêzere e Azambuja pagam as contas no próprio dia.