O Agrupamento de Escolas de Paço de Sousa assinalou, esta quinta-feira, na biblioteca escolar, o Dia Internacional do Voluntariado com a realização de uma palestra que contou com a presença da artista Noa; Alberta Rodrigues, delegada especial da Cruz Vermelha da Sobreira; Ana Ferreira, estudante Ciências da Educação que participou na Missão Angola e pertence à Associação dos Leigos Voluntários Dehonianos – ALVD; e Rui Gonçalves, engenheiro informático voluntário da GASPorto, entre outros.
No âmbito da actividade, que foi distribuída por seis sessões, decorreu a apresentação da Madrinha “Escolas Solidárias Fundação EDP”, a cantora/violinista Noa que é também presidente da Associação Heróis do Mar do Porto.
A actividade contou, também, com as presenças de Teresa Sá, coordenadora do CAEFPPP voluntária no Centro de Apoio aos Sem-abrigo do Porto, José Manuel Barrosa, professor na E.B. 2/3 de Paço de Sousa, membro de algumas associações da localidade e antigo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Paço de Sousa, entre outros oradores.
Daniela Oliveira, em representação do pelouro da Acção Social da Câmara Municipal de Penafiel, interveio como oradora numa sessão direccionada aos pais e encarregados de educação e que contou com testemunhos de vários voluntários.
Daniela Oliveira apresentou algumas informações sobre voluntariado regular e pontual, bem como algumas questões relacionadas com a prática do voluntariado. A sua intervenção foi enriquecida com o seu testemunho enquanto voluntária.
Segundo a Coordenadora da Educação para a Cidadania na Escola, professora Rosa Lourenço, o evento teve como finalidade promover a prática do voluntariado na escola como expressão de cidadania activa, dar a conhecer o es”PAÇO” ASA e sensibilizar alunos, professores e pais e/ou encarregados de educação para as noções básicas associadas ao voluntariado e para a nobreza da causa.
Pretendeu-se, também, abrir as portas à inscrição de alunos e docentes voluntários para o voluntariado de proximidade a idosos, para apoio escolar a adolescentes com dificuldades de aprendizagem e de inclusão e para envolvimento em causas locais e nacionais.
“Em trabalho colaborativo entre a coordenadora da Estratégia de Educação para a Cidadania (EECE), professora Rosa Lourenço, a coordenadora dos directores de turma, professora Esmeraldina Mendes e a professora de Ciências Naturais / Matemática, Graça Cardoso, e tendo em conta que um dos domínios trabalhados na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento é o Voluntariado, surgiu a ideia de criar um projecto de solidariedade de cariz activo e prático , o es”PAÇO” ASA. Pensamos que através da educação é possível a criação de uma sociedade promotora do tão desejado bem-estar social”, disse, sustentando que num primeiro momento, o intuito passa por dar a conhecer a realidade local, nacional e internacional de forma a despertar a curiosidade e a consciência social e critica dos jovens que voluntariamente podem actuar sobre o que os rodeia.
Questionada acerca da importância deste actividade, Rosa Lourenço realçou que esta foi uma oportunidade para conhecer o trabalho de vários actores que dedicam as suas vidas ao voluntariado e dar a conhecer à comunidade escolar a importância que o voluntariado tem na sociedade.
“Dada a importância do voluntariado na promoção da cidadania tendo em conta o seu papel na sociedade, este dia de partilha de informação, testemunhos e verdadeiras experiências humanas e desafiantes foi muito enriquecedor. Para os alunos foi uma oportunidade de estarem mais sensíveis a realidades adversas. Acreditamos que estamos a criar um projecto social como resposta aos problemas observados, aliando a promoção do espírito de acção solidária e inclusão de valores na comunidade educativa”, disse.
Alexandra Lourenço, encarregada de educação, relevou a importância que o voluntariado assume hoje numa sociedade em constante mutação.
“Como encarregado de educação e também voluntária, quero parabenizar por esta iniciativa. É muito importante termos consciência, do quanto é bom e compensador dar-nos aos outros. Neste mundo de correrias e rotinas, conseguir fazer algo pelo próximo, é compensador e enche-nos o coração. Mais iniciativas como esta!”, sustentou.
Já o professor João Paulo Clemente, revelou que este foi um encontro “emocionante com belíssimos momentos de partilha de experiências de voluntariado”.
“Numa sociedade tão egoísta, são eventos como este que nos ajudam a acreditar que ” existe outra humanidade”, adiantou.
A artista Noa destacou a necessidade dos mais jovens terem consciência da importância do voluntariado.
“A palestra foi super importante, porque acho fundamental que os meninos tenham, o mais cedo possível, a sensibilidade para o voluntariado, ou seja, a sensibilidade para ajudar o próximo de uma forma completamente despretensiosa e espontânea. Penso que os alunos, com esta palestra, perceberam que estar voltado para o voluntariado é de facto primordial. Isso molda-lhes o carácter e vai trazer-lhes um tipo de postura na vida que só lhes vai ser favorável. Vai acontecer-lhes aquilo que nós ouvimos muitas vezes hoje nas várias intervenções: vão andar constantemente “de coração cheio”. Considero que perceberam muito bem a metáfora do engolir a semente: quando toda a gente engoliu a semente para ficarem com a solidariedade lá dentro e para ela crescer dentro de nós. Correu muito bem, eles ficaram sensibilizados e vão diferentes para casa hoje”, declarou.
Também os alunos enalteceram a importância do voluntariado para desenvolver as competências, a responsabilidade social e o espírito de equipa.
“Dos testemunhos que vieram à escola, percebi melhor o que é ser voluntário, e, tal como a socorrista Alberta Rodrigues nos disse, voluntariado não é dar sem receber, pois ao fazer voluntariado recebe-se muito, como sorrisos e aprendizagens”, concretizou, Carolina Oliveira, aluna do 9.º C.
Já Eduarda Pinto, também do 9.º C, admitiu que algumas das intervenções fizeram crescer em si o impulso para ser voluntária. “Na sessão a que assisti, ouvi o testemunho da Ana Ferreira, que nos enviou um vídeo da sua experiência como voluntária em Angola e Moçambique e eu gostei imenso, porque mexeu comigo e aumentou o meu impulso para ser voluntária”, avançou.
Mariana Ribeiro, aluna do 8.º F, elogiou a qualidade das palestras e dos oradores. “Adorei a palestra talvez porque de natureza já sou interessada em palestras, debates, projectos escolares e coisas do género, de resto tenho a agradecer aos professores responsáveis pela palestra aos oradores por terem feito um bom trabalho sobre a qual eu tive oportunidade de aqui falar”, acrescentou.