Agrival: Mãe e filha de Baltar venceram concurso da melhor broa (C/Fotos)

Augusta Santos ficou em primeiro lugar e a mãe Maria Gomes em segundo. Pódio ficou completo com Maria Adelaide Moreira de S. Martinho de Recesinhos

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Uma faz broa há mais de 60 anos, a outra há quase 40. Mãe e filha, de Baltar, Paredes, foram as grandes vencedoras do concurso de melhor broa de milho da Agrival – Feira Agrícola do Vale do Sousa, que está a decorrer em Penafiel.

Augusta Santos, de 49 anos, conquistou o primeiro prémio pela primeira vez. A mãe, Maria Gomes, já perdeu a conta aos prémios, e desta vez ficou em segundo lugar, orgulhosa de ver a filha arrebatar o ‘troféu’. Em terceiro, ficou Maria Adelaide Moreia, de São Martinho de Recesinhos, Penafiel, que fez ainda um segundo lugar no concurso de melhor pão-de-ló.

Este ano foram 16 as broas a concurso.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A mesma receita, fornadas diferentes

A receita já vem do tempo dos avós de Augusta. Ela aprendeu com a mãe e com a avó. Desde os 10 anos que mete a mão na massa para fazer broa. “Os meus avós sempre fizeram broa e a minha mãe continua a fazer e nós aprendemos com eles”, explica a baltarense. A mãe, Maria, que faz broa desde os sete, chegou a fazer quatro fornadas por dia para vender. “No São João chegavam a ser 20”, realça. “A necessidade obrigava, vendíamos para fora”, conta a filha. “Todos os dias cozia, era a minha profissão, o sustento”, acrescenta a mãe. “Quando me casei estava a trabalhar há meio ano e fizemos o casamento a vender broa às portas e nos restaurantes”, diz ainda Augusta.

Ganhou com surpresa, mas feliz. “Estou sem palavras. Há vários anos que concorremos, só pelo participar. Uma pessoa fica sempre na esperança de ganhar, mas não estava à espera”, confessou.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

O segredo não é segredo. São sobretudo bons ingredientes. Depois o forno a lenha e a própria cozedura. A broa que daí resulta “é boa e dura vários dias”, atesta. Continuam a vender para fora, numa pequena tasca, em Baltar.

Para o concurso, mãe e filha usaram os mesmos ingredientes, mas cozeram a broa em fornadas diferentes. “O amassar também faz a diferença e o próprio aquecer do forno”, explicam. “Ela tem mais força que eu para amassar, brinca Maria. “Também é o jeitinho e a própria disposição”, refere a filha.

Maria já ensinou os dois filhos e também os netos. Tem gosto em ver a família a fazer broa. “Se não quando eu acabar acaba tudo”, lamenta. Ela já ganhou vários prémios neste concurso, incluindo primeiros. Hoje estava orgulhosa de ver a filha ganhar. Afinal foi ela que a ensinou.

Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar