A41 condicionada por mais 16 semanas

Obras vão incluir construção de nova passagem hidráulica. Presidente da Câmara de Valongo exige à Ascendi um pedido de desculpas público à população pela falta de esclarecimentos prestados e pelos constrangimentos provocados pelo abatimento do piso da auto-estrada

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O trânsito na A41 vai estar condicionado pelo menos durante mais 16 semanas. Segundo a Ascendi, para resolver o colapso parcial de uma passagem hidráulica de grandes dimensões ocorrido na zona de Alfena será necessário construir uma nova passagem hidráulica, paralela à que colapsou, que será demolida. “O início desta nova fase decorre da conclusão dos trabalhos de emergência que foram realizados ao nível da linha de água, em condições de elevado grau de dificuldade, tendo em vista a consolidação da estrutura colapsada e o entubamento provisório do caudal da ribeira”, refere a concessionária.

Os trabalhos vão afectar, alternadamente, cada uma das faixas. “Estima-se que uma primeira fase destes trabalhos possa estar concluída dentro de cerca de oito semanas permitindo que, a partir desse momento, o tráfego se realize nos dois sentidos, contudo com apenas uma via em cada sentido”, alerta a Ascendi. O restabelecimento das condições normais de circulação só ocorrerá depois da intervenção na outra faixa, que demorará mais oito semanas, pelo menos.

“A Ascendi lamenta profundamente as acrescidas dificuldades de mobilidade e os incómodos que esta ocorrência fora da sua esfera de previsão vem causando aos utentes da A41 e às populações da zona envolvente”, diz comunicado.

 

Presidente da Câmara exige pedido de desculpas

Também ontem, em nota de imprensa, o presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, veio exigir à Ascendi um pedido de desculpas público à população do concelho pela falta de esclarecimentos prestados e pelos constrangimentos provocados pelo abatimento do piso da autoestrada A41, desde o dia 13 de Fevereiro.

“É inadmissível que só agora a Ascendi venha esclarecer que uma das principais vias de acesso do Grande Porto vai estar condicionada pelo menos mais 16 semanas!”, salienta o autarca, que reuniu, esta quarta-feira, com representantes da empresa, onde foi informado que só no final de Abril deverá haver circulação nos dois sentidos da A41, mas numa única faixa.

“Esta situação é particularmente lesiva para a população do concelho de Valongo (sobretudo das cidades de Alfena e de Ermesinde) que além de ficar privada desta via estruturante, se vê confrontada diariamente com o trânsito caótico, pois um fluxo anormal de veículos está a ser desviado para vias municipais, que estão a sofrer um enorme desgaste provocado pelo aumento brutal de veículos”, considera José Manuel Ribeiro.

 

Autarcas de Valongo e Maia querem que concessionária pavimente vias municipais afectadas pelo desvio de trânsito e suspenda pagamento de portagens

O autarca de Valongo exige ainda à Ascendi uma vistoria e remendagem imediata das vias municipais afectadas, bem como a pavimentação dessas vias após conclusão das obras na A41 e reposição total da circulação.

Conjuntamente com a Câmara Municipal da Maia, está já a ser preparada uma acção judicial para se exigir à Ascendi uma indemnização pelas consequências do desvio de tráfego para vias municipais, que não são adequadas para um volume de veículos diário tão elevado e durante tanto tempo.

As duas autarquias exigem também a abertura urgente de um corredor “sanitário” para assegurar a circulação de ambulâncias e bombeiros, bem como uma rápida articulação da sinalização dos desvios com os técnicos da Ascendi e das autarquias.

José Manuel Ribeiro exige também a suspensão imediata do pagamento de portagens no troço afectado e a devolução dos valores cobrados aos utentes desde o dia 13 de Fevereiro, pois nenhuma das condições de disponibilidade desse serviço está a ser cumprida, designadamente as condições de segurança, de acessibilidade e de circulação, conforme determina a lei.