A saúde financeira da Câmara Municipal de Paredes “é boa e recomenda-se”. A garantia foi deixada pelo presidente do município, na última Assembleia Municipal, numa intervenção que surgiu depois de o PSD ter exposto, publicamente, que a autarquia estava com “dificuldades financeiras”, por estar a “alienar património” num valor que ultrapassa os “três milhões de euros”.

Mas o autarca veio responder, justificando que não podia esperar até 2024, altura em que entra em vigor o novo Quadro Comunitário de Apoio (QCA), para lançar “algumas obras no município”, que considera essenciais.

Alexandre Almeida começa por explicar que, “2,1 milhões” (do total da verba que irá ser concretizada), dizem respeito a terrenos da zona industrial que, em tempos foram adquiridos pelo município, e que serão canalizados para aumentar o parque empresarial de Paredes. Assim, e durante o mês de julho, a Câmara prepara-se para assinar os contratos de promessa de compra e venda com as empresas que pretendem instalar-se naquela zona.

Por outro lado, e para colocar em marcha este plano de requalificação, o autarca contou que o município terá que fazer ali “um investimento de um milhão e 400 mil euros”.

Sobre os imóveis localizados noutras freguesias do concelho, “faz todo o sentido vender”, porque foram comprados pelo município, mas não estão ser rentabilizados, dando como exemplos parcelas de terrenos em Cete e Rebordosa. “Quem sabe se não é uma forma de fixar pessoas naquelas freguesias”, tentou vaticinar Alexandre Almeida.

Para o líder socialista, que está a meio do mandato, urge avançar com outros projetos, como o alargamento do parque industrial de Rebordosa, a rotunda em Cristelo, a praça central de Lordelo, assim como com o parque urbano de Baltar”, entre outros, especificou.

Por isso, “não se trata de vender os dedos nem os anéis”, “estamos bem financeiramente”, porque, se assim não fosse, “não estaríamos a avançar com vários investimentos de milhões em freguesias como Vilela, Baltar, Sobreira e Paredes”, por exemplo, porque, e para Alexandre Almeida, o “melhor do mandato ainda está para vir”.

Os argumentos do líder do município não convenceram os sociais democratas, que relacionaram a “elevada dívida bancária” do município com “dificuldades financeiras”, como apontou o deputado David Ferreira, na Assembleia Municipal.

Na mesma reunião magna, Cecília Mendes, do Juntos por Paredes, alinhou pelos mesmos argumentos, lamentando esta postura da maioria de alienar património, porque muitos dos projetos que constavam do caderno de ancargos do PS, aquando as eleições autárquicas, têm-se traduzido apenas “em promessas eleitorais”, uma vez que há muitas obras que ainda não sairam do papel. Além disso, teme que a maioria esteja a “vender os anéis e os dedos”, o que, segundo a sua leitura, denota “desespero”.