Passados dois anos, após o inicio da pandemia, volta a repetir-se o cenário degradante dos incêndios em Portugal.
Não se entende como é que depois de 2017 em Pedrogão, tragédia essa que ficará para sempre na nossa lembrança, não se tenha aprendido o suficiente para implementar políticas de defesa da floresta, sanções para proprietários que não limpam os seus terrenos e, ano após ano, tenhamos de assistir às notícias da televisão da devastação florestal provocada por uma saga de incêndios um pouco por todo o lado.
É chocante vermos desaparecer o manto verde que tanto caracteriza a nossa floresta, de norte a sul, por desmazelo de alguns que, lá e, Lisboa, sentados no fresquinho do seu gabinete, não querem simplesmente saber do que se passa, dos erros que se cometem vezes sem fim, sem qualquer consequência, para estarmos sempre na mesma.
Pergunto-me: por que razão não aprendemos com os erros cometidos e as tragédias repetidas?
Por que razão não aprendemos com as políticas implementadas noutros países?
Por que razão não copiamos os bons exemplos nestas e noutras matérias a nível europeu?
Vemos sair nas notícias títulos que em nada nos orgulham: “Portugal é o país da UE mais afectado pelos incêndios” ou ainda “Portugal é o terceiro país da União Europeia com a maior percentagem de área ardida. Este ano, até ao momento, só Espanha e Roménia estão à frente.”
Que país é este onde vivemos onde vemos morrer aquilo que de mais valioso temos – a natureza – e as pessoas, devido a um SNS em declínio e incapaz de dar resposta a quem o procura?
O que nos espera no futuro?
O que esperará aos nossos filhos e aos nossos netos?
Não sabemos…
Boas férias aos nossos leitores!