O resultado das eleições legislativas do passado dia 30 de janeiro é perentório: clara vitória eleitoral de António Costa e do Partido Socialista, que conseguem uma aparentemente imprevisível maioria absoluta (a segunda na história do partido), contrariando as últimas projeções e estudos de opinião que foram sendo divulgados na campanha eleitoral.
Mais do que uma grande vitória, que coloriu o mapa de Portugal a rosa, o rescaldo eleitoral permite-nos retirar algumas conclusões de forma inequívoca, que devem servir de ponderação no espetro dos principais partidos políticos.
Desde logo, ficou patente de que a vontade dos portugueses é que seja o PS a governar o país, reconhecendo um árduo e exigente trajeto de 6 anos de liderança de Portugal, num período marcado pela pandemia, que mesmo assim se traduziu em crescimento económico e social, mais emprego, menos défice e num país a puxar por todos, sem deixar ninguém para trás.
Nestas eleições, foi dado um cartão vermelho aos partidos de esquerda, que se deixaram levar por uma direita faminta pelo poder, bem como ao PSD, que se apresentou num vazio de ideias e numa postura de ausência de humildade para discutir propostas e o futuro do país.
Esta maioria, para além da estabilidade governativa que conferirá, é também relevante do ponto de vista do combate à disseminação da extrema-direita, que se preparava para condicionar a ação política caso o PSD formasse governo, e que agora terá no Partido Socialista a capacidade de não fazer valer os populismos e radicalismos que colocam em causa um estado democrático e justo.
A vitória de António Costa é reveladora da confiança que os portugueses depositam no projeto político que o PS tem perseguido, merecedor aliás de dois consecutivos reforços de votação, iniciados em 2019 e tremendamente confirmados em 2022, diferenciadores de uma oposição que não teve falta de coragem para, no momento em que Portugal se preparava para a retoma do país, derrubar um orçamento progressista,alinhando-se para precipitar novas e despropositadas eleições.
Na nossa região, tal como se esperava, o PS foi dominante, seguindo a tendência de vitória do distrito (com exceção de um único município – Póvoa de Varzim), com expressivas manifestações eleitorais, incluindo em concelhos com gestão de direita, destacando aqui Penafiel, que não só deu uma importante vitória ao Partido Socialista, como também voltará a eleger um deputado – Paulo Araújo Correia, a quem vislumbroa máxima competência para o exercício de funções parlamentares e a certeza de que será um garante na defesa dos interesses do município, do território e das suas gentes.
Da mesma forma que o Hugo Carvalho de Amarante, o José Carlos Barbosa de Paredes, a Cristina Moreira de Lousada e todos os eleitos pelo distrito nos dão totais garantias de que a região continuará a ser defendida, concretizando os projetos necessários como a nova linha de comboio, o IC 35, e muitos outras intervenções que não podem continuar a ser adiadas.
É realmente curioso assistir às manifestações pós-eleitorais de figuras com responsabilidades políticas autárquicas em representação do PSD, que ao que parecem entendem que o voto só é válido quando coincide com a sua vontade.
Numa postura pouco democrática e até a soar a um ligeiro mau perder, vêm a público questionar a opção da maioria dos portugueses, com a justificação do efeito de uns tais “rebuçados” que foram acenados, numa lógica de passar um atestado a quem não votou no seu partido, o que por si só é no mínimo lamentável.
Mais do que a vitória do PS, esta foi a reposição da vontade dos portugueses, que uma vez mais demonstraram que são efetivamente soberanos e querem continuar a avançar juntos, porque palavra dada é palavra honrada e porque acreditam que é possível um futuro de esperança para o nosso país.