A representação do povo na Assembleia da República, através dos eleitos por si escolhidos, é motivo de grande responsabilidade, porque mais do que agendas pessoais, que não devem existir, está em causa a voz de cada eleitor junto do poder legislativo e a defesa do território, salvaguardando que as opções tomadas são um garante da sustentabilidade e qualidade de vida da população.
A eleição por círculos eleitorais atribui um olhar atento sobre a área geográfica por onde os deputados são eleitos, sem esquecer que estão declaradamente a honrar um compromisso com a nação.
Por todas as razões, a proximidade entre deputados e eleitorado com competência para os eleger é um fator decisivo para que a vontade local e regional seja respeitada, a partir de um conhecimento mais detalhado da realidade, de uma maior capacidade de interação e da interpretação coincidente com as necessidades e reivindicações da comunidade.
Para que estes ingredientes se conjuguem, é imprescindível que os representantes parlamentares mantenham um clima de abertura e diálogo, prestando contas, ouvindo sistematicamente as populações e procurando encontrar soluções para os desafios que vão gradualmente aparecendo.
Neste sentido, é de ressalvar a postura do Partido Socialista nos primeiros meses de um governo maioritário, com total legitimidade para governar autonomamente.
Sabemos que a tentação para se fechar na ampla confiança atribuída é grande, mas o PS tem sabido contrariar esse pressuposto, numa ação política de proximidade, de compromisso e de seriedade, concertada entre o poder local e os seus autarcas e os dirigentes com funções nacionais.
Temos assistido, nos últimos tempos, a um conjunto de visitas institucionais aos diversos concelhos da região, independentemente da cor política da autarquia, percebendo junto daqueles que estão no terreno diariamente quais as dificuldades, as ambições e as intervenções que podem fazer a diferença junto das pessoas, num exercício que podemos designar de “descentralização” da Assembleia da República.
A este nível, os deputados eleitos no distrito do Porto pelo Partido Socialista têm redobrado a sua disponibilidade para estar próximo da comunidade, visitando não só as Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, como as instituições e empresas locais, para abordar temas pertinentes como os projetos estruturantes, a descentralização de competências, as dificuldades que decorrem do contexto de inflação e outros anseios locais.
Este é, por isso, um bom sinal do cumprimento da palavra dada pelo nosso Primeiro Ministro que, na noite eleitoral, prometeu que a maioria deste governo não seria um escape para qualquer afastamento entre poder e eleitores, uma marca muito positiva deste elenco governativo.
A opção por voltar a concretizar as sessões de apresentação e debate sobre o orçamento de estado para este ano, à semelhança do que foi feito antes da queda do anterior governo, quando acabavam de sair de uma eleição com um simbolismo claro da vontade dos portugueses, é outro princípio de otimismo que este governo nos deixa, nomeadamente pela presença de figuras como ministros, secretários de estado, deputados e dirigentes para explicar e recolher os contributos que a sociedade civil tão bem acrescenta.
Este posicionamento augura um futuro próximo com confiança e entusiasmo, ainda mais perante os desafios que vão atravessar a nossa vida, que exigem um país forte, ambicioso e onde todos estão lado a lado e podem contribuir para a solução.