No próximo domingo, dia 26, são as eleições autárquicas. Com dezenas de milhares de portugueses a candidatarem-se aos órgãos autárquicos. Convictos, cada um, de que podem melhor servir os seus fregueses e munícipes.
São provavelmente as eleições mais importantes em democracia.
Em primeiro lugar, as autarquias não são altares repletos de santos. Feitas de homens e mulheres, também podem sucumbir ao vício, desenvolvendo redes de influência, polvos que sufocam. E nesse caso, o voto de cada um é crucial para corrigir o que está mal e impor novos tempos.
Mas também podemos querer recompensar bom trabalho e preferir estabilidade e confiança. Até porque o poder local é charneira na nossa vida em sociedade e tem um impacto profundíssimo nas nossas vidas.
Este ano este ato eleitoral reveste-se de particular importância. A pandemia trouxe novos desafios e acentuou problemas de sempre: combater o isolamento social, repensar a mobilidade e os transportes públicos, garantir ensino de qualidade e para todos, estimular o emprego e a captação de investimento, repensar as cidades e a habitação, preservar as nossas coletividades, proteger os nossos mais velhos.
E depois há a famosa bazuca – que não pertence ao governo – reforça a importância de uma escolha informada. As câmaras Municipais serão pivot também neste domínio.
Os autarcas são a linha da frente da democracia. Aqueles que ouvem, vivem e primeiro recebem sem filtro ou protecção, o que preocupa cada um de nós. E são eles que têm de responder, de dar a cara. O distanciamento analítico, muito necessário ao governo da república, só é possível porque a humanidade surge nas autarquias primeiro.
Nas ultimas semanas, cada candidato, num ato de amor pela sua terra, calcorreou o seu território, ouvindo todos e cada um. A democracia exerce-se todos os dias, mas tem no voto um dos seus mais poderosos instrumentos. Domingo vão votar!