Faltando pouco mais de um ano para as próximas eleições autárquicas, as concelhias dos principais partidos já começam a mexer-se. De um lado, as concelhias dos partidos no poder, que tentam garantir lugares nas listas daqueles que, potencialmente, poderão ocupar cargos influentes na Câmara e noutros órgãos de decisão. Do outro, nas fileiras da oposição, encontramos diferentes estratégias: uns a esquivarem-se, prevendo derrotas quase certas; outros, mais ambiciosos, a posicionarem-se cuidadosamente, sentindo que o poder pode estar ao alcance.
Em Paredes, o cenário não é diferente. O PSD, que está há oito anos na oposição e que sofreu uma derrota humilhante nas últimas autárquicas, prepara-se para um novo ciclo eleitoral interno. A concelhia social-democrata vai a votos no próximo mês, com a particularidade de que o atual líder, Ricardo Sousa, está impedido de se recandidatar devido ao limite de mandatos. No entanto, é sabido que este está a mover-se nos bastidores para apoiar um dos seus aliados, numa clara tentativa de manter o controlo sobre o processo eleitoral.
A novidade deste ciclo prende-se com a candidatura de Mariana Machado Silva, atual presidente da Junta de Freguesia de Vilela. A sua entrada na corrida promete trazer alguma agitação à estrutura do PSD local, que tem estado adormecida nos últimos anos.
Uma democracia saudável precisa de oposição. É nas tensões entre os partidos no poder e os da oposição que reside o equilíbrio necessário para o desenvolvimento de qualquer concelho. No entanto, em Paredes, esse equilíbrio tem estado ausente. O PSD, que outrora foi um pilar fundamental da política local, encontra-se apático e sem uma estratégia clara, deixando de ser uma alternativa credível ao atual executivo socialista.
Embora a candidatura de Mariana Machado Silva possa trazer algum dinamismo ao PSD local, a realidade é que esta candidatura parece ser apenas o “mal menor”. Não restam dúvidas de que qualquer nova liderança será, por natureza, uma melhoria em relação a Ricardo Sousa, cujo mandato tem sido marcado pela falta de ideias e por uma gestão sem rumo. No entanto, pelo que Mariana Machado Silva já deixou transparecer em entrevistas ao VERDADEIRO OLHAR e ao jornal O Paredense, o seu discurso é antiquado e vago. A promessa de “ouvir as pessoas” e “dar voz às freguesias” é uma frase feita que tanto poderia sair da boca de um político inexperiente como de um veterano que nada mais tem para oferecer.
Neste momento crítico, o PSD precisa de uma liderança forte e visionária que possa reverter a humilhante desvantagem que sofreu nas últimas eleições. Para isso, é essencial encontrar uma figura com experiência e habilidade política para liderar a concelhia e preparar o terreno para que possa aparecer uma candidatura vencedora nas próximas eleições. Um nome que salta à vista é o de Pedro Mendes, cuja vasta experiência política e conhecimento do concelho o tornam numa escolha consensual para liderar a concelhia e encontrar um nome de peso para ser candidato às próximas autárquicas. Num tempo em que o PSD precisa de se reinventar e unir, uma candidatura liderada por Pedro Mendes poderia ser a chave para uma verdadeira mudança.