Há uns anos atrás, uma rapariga norte americana, que estava a estudar na Universidade de Barcelona, ficou presa no elevador. Ao ver-se em tal apuro, achou que o melhor modo de resolver a situação era telefonar para a sua mãe, que estava na Flórida, a 7500 km de distância.
A supermãe entrou rapidamente em acção. Ao dar-se conta da magnitude do problema, começou por tranquilizar o seu “rebento universitário” e resolveu tomar as rédeas do assunto com determinação: contactou a Universidade e exigiu a “libertação imediata” da sua filha.
Enquanto isso, a universitária “aproveitou o tempo” no elevador para pôr em dia as suas redes sociais, mensagens e e-mails. Nem lhe passou pela sua cabeça “intelectual” que ela própria podia pressionar o botão de alarme que possuía o elevador para estas lamentáveis situações.
Esta história é um exemplo gráfico de onde pode chegar a hiperprotecção dos pais em relação aos seus filhos. O resultado são “rebentos” que, mesmo que possuam uma grande preparação académica, não têm capacidade para resolver os seus problemas do dia-a-dia.
O objectivo desse actuar é tornar os filhos felizes. Mas é exactamente aquilo que não conseguem, porque ser superprotector torna os filhos dependentes. E as pessoas dependentes não são felizes.
Não permitir aos filhos que experimentem frustrações é enganá-los. A vida está repleta de pequenas e grandes contrariedades, e é preciso ensinar que a tolerância à frustração e a resiliência são hábitos fundamentais para sermos felizes.
Na educação é necessário um certo risco, sempre de acordo com a idade dos filhos. É preciso deixá-los actuar por sua conta, ensiná-los a gerir a sua liberdade e a aprender com os inevitáveis fracassos.
Isso é o que lhes dará uma verdadeira felicidade no presente e no futuro: saberem-se capazes de resolver os seus próprios problemas.