As contas estão feitas: em cinco anos estima-se que os alunos, professores e assistentes operacionais consumam, na escola, 2,5 milhões de garrafas de água. Para reduzir esse volume de plástico produzido, a Câmara de Lousada, em parceria com a Águas do Douro e Paiva, estabeleceram o projecto Água da Torneira.
Serão distribuídos 10 mil cantis e serão colocados 50 dispensadores de água nos estabelecimentos de ensino para alcançar essa meta. A par disso, será instituído um programa educativo e de monitorização de resultados.
“Vamos trabalhar com a comunidade educativa e com as famílias para que os alunos usem o cantil na escola e fora dela, com água da torneira que é mais barata e de boa qualidade”, salienta o vice-presidente da Câmara de Lousada e vereador do Ambiente, Manuel Nunes.
Plástico com 34 toneladas e que ocupa o espaço de 10 autocarros
O projecto está a ser pensado e desenvolvido desde 2018 e a entrega de cantis já devia ter acontecido, mas foi atrasada pela pandemia, explica o autarca.
Tudo começou pela avaliação do custo ambiental do plástico nas escolas. “Estimamos, durante o período de implementação do projecto, cinco anos, entre 2020 e 2025, chegar a 10 mil alunos, desde o ensino básico ao secundário, professores e auxiliares – 8500 alunos, 800 professores e 300 assistentes operacionais”, descreve Manuel Nunes, sendo que anualmente apenas os novos docentes, funcionários e crianças do ensino básico vão receber cantis.
A estimativa feita aponta para que a “a eliminação pode chegar aos 2,5 milhões de garrafas de plástico consumidas na escola que geram um custo de 480 mil e 230 euros”.
Segundo Manuel Nunes, para dar uma ideia do que estamos a falar, a quantidade de plástico em causa ocuparia o espaço equivalente ao de 10 autocarros e pesa 34 toneladas, cerca de sete elefantes.
Em termos de custos, “é quase meio milhão de euros em água engarrafada”. “Se fosse água da torneira seriam 1257 euros. É uma enorme poupança”, defende o vereador.
O objectivo é mudar o paradigma. Pelo que já em Outubro serão distribuídos os cantis e instalados os dispensadores de água em todas as escolas, cerca de 50 ao todo, com a ajuda da Águas do Douro e Paiva. Os cantis são de uma liga metálica, leve e que conserva a água fresca e têm um grampo para segurar na mochila. “Se cair não parte, é à prova de crianças”, atesta.
O investimento ronda os 100 mil euros, diluídos ao longo dos cinco anos. “Trata-se de um investimento significativo, mas fundamental para eliminar o plástico das escolas”, argumenta Manuel Nunes.
Os resultados do processo vão ser monitorizados e o Água da Torneira será acompanhado por um projecto educativo, através do programa BioEscola, já existente no concelho.
“São 34 toneladas de resíduos que podem ser eliminadas, o que é importante do ponto de vista ambiental, e é de salientar a poupança para as famílias, quase meio milhão de euros, e a valorização da água da rede pública”, conclui o vice-presidente.