A Empresa A. J. Meireles & Filhos, Lda, empresa localizada em Eiriz, Paços de Ferreira e a Argopin Forjados, com sede em Freamunde, são as duas empresas presentes na Capital do Móvel, que está a decorrer  em Paços de Ferreira, com presenças em toda as edições deste certame que é tido como um dos maiores a nível nacional.

José Meireles, responsável, pela Empresa A. J. Meireles & Filhos, Lda, destacou que é um orgulho para si e para a empresa  fazer parte de um rol tão escasso de empresas com presença em todas as edições da Capita do Móvel, um dos certames mais importantes do mobiliário nacional.

“Julgo que foi uma aposta ganha.  Sou um defensor acérrimo de Eiriz e de Paços de Ferreira, sempre defendi o sector e sendo este certame uma referência no município e no país, a A. J. Meireles & Filhos, Lda, não poderia deixar de estar presente no certame desde que este foi criado”, disse, salientando que a Capital do Móvel começou por se designar Feira Agroindustrial e incluía todos os sectores económicos.

“O certame deve muito ao seu fundador ao professor Arménio Pereira, que foi, também, presidente da Câmara de Paços de Ferreira durante muitos anos. Começou por ser uma feira agro-industrial, onde o mobiliário esteve sempre presente.  Inicialmente não acreditava que esta feira pudesse vir a ser uma referência no mobiliário, mas é um facto que graças à persistência de homens como Arménio Pereira e dos industriais a feira cresceu e foi-se afirmando. Recordo-me que se fazia na escola Secundária de Paços de Ferreira, sempre teve grande adesão do público e no último domingo realizava-se um festival que envolvia todas as freguesias do concelho. Era uma feira-festa que deixa saudades” sustentou, salientando que foi o Presidente da República, da altura, Ramalho Eanes, a inaugurar a primeira edição.

Com a passagem da feira para o Parque de Exposições de Paços de Ferreira, José Meireles adiantou que o certame entrou numa nova fase, com novos protagonistas, a Associação Empresarial a assumir um maior protagonismo.

“Entraram outros actores, o certame passou a ser organizado pela Associação Empresarial sempre com o apoio da Câmara de Paços de Ferreira, um parceiro fundamental e mantendo sempre um elevada participação quer de expositores quer de visitantes. Recordo-me que houve anos em que o  espaço dentro do Parque  de Exposições era pequeno para fazer face à procura de expositores”, afirmou, salientando o contributo de outros autarcas para o êxito que o certame tem hoje, como Fernando Vasconcelos, primeiro presidente de Câmara de Paços de Ferreira, Pedro Pinto, e do actual presidente Humberto Brito têm sido determinantes para credibilizar o certame e dar notoriedade à feira.

Falando da 50.ª edição da Capital do Móvel, José Meireles realçou que o certame tem vindo a ganhar novo fôlego depois de nos últimos 10 anos ter entrado numa espiral menos expansionista em termos de público.

“Nos primeiros 25 anos do certame, o Parque de Exposições da Capital do Móvel registou sempre grandes molduras humanas. Eram muitas as pessoas que oriundas de vários pontos do país e do estrangeiro, se deslocavam a Paços de Ferreira para conhecer a feira ou fazer negócios. Nos últimos 10 anos perdeu esse fulgor, mas este ano a feira está diferente e tem outro brio”, expressou, frisando que o que faz da Capital do Móvel uma feira única é o facto de ter uma diversidade de expositores de grande qualidade, excelentes artesãos, com produtos de qualidade que rivalizam com o melhor do mobiliário a nível nacional e internacional.

“O mobiliário é, digamos, o sector que mais tem contribuído para potenciar o concelho e dar-lhe a visibilidade que tem actualmente”

José Meireles reconheceu, também, que a Capital do Móvel é, presentemente, um veículo promocional e de desenvolvimento do concelho.

“O mobiliário é, digamos, o sector que mais tem contribuído para potenciar o concelho e dar-lhe a visibilidade que tem actualmente. A feira é a grande montra do concelho”, acrescentou, sublinhando que apesar da crise económico-financeira que atingiu o país num passado recente, o mobiliário conseguiu resistir e está a entrar novamente num ciclo de crescimento.

Ao Verdadeiro Olhar, o empresário, ex-autarca da Junta de Freguesia de Eiriz durante mais de 30 anos, afiançou, também, que o sector soube modernizar-se, apostou na criatividade e na inovação associada à internacionalização.

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“O sucesso do mobiliário passa, cada vez mais, pela aposta em novos nichos de mercado e verificamos que há cada vez mais interessados em adquiriu os nossos produtos”, confessou.

Questionado sobre as origens da A. J. Meireles & Filhos, Lda, José Meireles revelou que a empresa foi originalmente pertença do seu pai, representa o prolongar de três gerações ligadas ao fabrico e restauro de mobiliário, sendo hoje uma referência no sector, que integra seis funcionários, exporta para vários países e tem um portfólio de produtos que vão desde o clássico ao moderno.

“Utilizámos, madeiras nobres como pau-santo, vinhático e pau-cetim, Mas também madeiras de castanho, carvalho, mogno, cerejeira, bem como, outros materiais”

José Meireles esclareceu que assim que passou a gerir a empresa  foi aprimorando a arte de trabalhar a madeira, transmitiu os conhecimentos aos funcionários que hoje laboram na empresa, apostando sempre na qualidade e na satisfação do clientes e oferecendo um portfólio diversificado de produtos que vão desde o clássico ao moderno.

Sobre os estilos, José Meireles reconheceu que a empresa, nos últimos anos, desenvolveu mobiliário personalizado, tem-se esforçado por usar os melhores materiais e as melhores madeiras como o pau-santo e vinhático.

“Utilizámos, madeiras nobres como pau-santo, vinhático e pau-cetim. Mas também madeiras de castanho, carvalho, mogno, cerejeira, bem como, outros materiais”, asseverou, adiantando que a sua empresa exporta para a Bélgica, América, França, Alemanha, Suíça e Espanha.

João Carlos Pinto, da empresa Argopin Forjados, com sede em Freamunde, empresa com 40 anos de existência, especializada em ferro forjado e inox, também, presente na Capital do Móvel em todas as suas edições, realçou que marcar presença neste certame é motivo de orgulho para a empresa e uma forma de publicitar os seus produtos.

“Participamos de todas as edições da feira. Não sendo esta uma empresa de mobiliário, trabalhamos com várias empresas do sector e aproveitamos para expor o nosso produto e angariar potenciais clientes”, concretizou, João Carlos Pinto um dos três irmãos que estão à frente da Argopin Forjados, uma unidade de serralharia que tem um vasto portfólio de produtos e trabalha, também, com empresas do mobiliário.

“Apesar de não estarmos ligados directamente ao mobiliário, temos uma vasta gama de produtos que fazemos para indústrias do mobiliário, algumas até de Paredes, daí a aposta este certame”, anuiu,  assegurando, no entanto, que apesar da visibilidade que a feira de Abril tem, a segunda edição da Capital do Móvel é igualmente tentadora para os expositores porque é visitada por muitos emigrantes que vêm passar férias a Portugal e não dispensam uma visita à Capital do Móvel.

“Há já muitos espanhóis a visitar a feira e até franceses que procuram mobiliário nacional”, atestou.

“A Capital do Móvel é de facto um certame fundamental para as empresas, mesmo para aquelas que não estão no certame”

Questionado sobre o impacto da feira na economia nacional, João Carlos Pinto confirmou que o certame é seguramente um dos maiores veículos promocionais de Paços de Ferreira e tem possibilitado alavancar a economia local.

“A Capital do Móvel é de facto um certame fundamental para as empresas, mesmo para aquelas que não estão no certame”, concretizou, defendendo que é importante continuar a apostar no mobiliário e o seu futuro depende do ‘design’, da aposta na criatividade e em produzir peças únicas.

A Argopin Forjados é uma empresa que tem 20 funcionários, que evoluiu  nos últimos anos, dispõe da mais moderna tecnologia, com altos padrões de qualidade e conta com uma equipa qualificada que tem como objectivo ser uma referência na arte do ferro forjado e inox.

A Argopin exporta para vários países (Espanha, França, Suíça, entre outros) e destaca-se pela produção de portões, grades exteriores e interiores de decoração, camas, candeeiros, mesas, çadeiras e chaminés, entre outros produtos.

“O ferro está a crescer e muito. O ferro voltou a estar na moda. Houve uma altura que só se valorizava o inox, mas verifico que o ferro está a voltar ao mobiliário. Fazemos suportes para mesas, sofás entre outras. O ferro pode ser polido e pintado de outra cor, faz contraste com a madeira e com outros materiais”, precisou o empresário.