”Amanhã os Valonguenses vão saber disto”. Foi com uma frase destas que o presidente da câmara, em tom de ameaça, terminou a discussão da proposta de revisão orçamental apresentada na última reunião pública da Câmara de Valongo. Tudo porque o PSD entende que deve haver um consenso alargado, e não uma decisão unilateral,quando está em causa a aplicação de 3,8 milhões de euros no concelho, e por isso votou contra a revisão orçamental.
Confrontado com uma proposta de revisão orçamental para a qual ninguém foi tido ou achado, o PSD pediu a retirada da proposta da Ordem de Trabalhos, com o intuito de ser promovida uma discussão com todas as forças partidárias eleitas para governarem a Câmara de Valongo e, assim, se tomarem decisões ponderadas e concertadas sobre o investimento a realizar.
Esta revisão orçamental é um novo Plano Plurianual de Investimento e, como tal, carece de discussão e ponderação de todas as forças partidárias. Uma revisão orçamental deste calibre não pode ser decidida unilateralmente.
O PSD apenas pediu a retirada do ponto, não se manifestou contra qualquer um dos projetos assinalados. Aliás, os investimentos realizados neste mandato, que o PS tanto apregoa, tiveram sempre a viabilização do PSD e nunca, mas mesmo nunca, se colocou em causa o interesse do nosso concelho. Mas o presidente da câmara, que sempre teve um atitude irresponsável enquanto líder da oposição e que adora o discurso da vitimização, não aceitou o pedido de retirada do ponto para se alcançar o consenso alargado da Câmara Municipal e propositadamente, forçou a votação dizendo num tom ameaçador: “Os Valonguenses vão saber disto”. De nada lhe valeu a chantagem nem as práticas antidemocráticas.
Mas se “os Valonguenses vão saber disto” então que saibam mais, que saibam tudo: Nenhum dos investimentos previstos na proposta de revisão orçamental está em risco bastando que o presidente da câmara discuta as opções de investimento com todos os partidos representados na Câmara Municipal. Já o poderia ter feito com a apresentação atempada da proposta e não a uma semana da realização da Assembleia Municipal e em cima de todos os prazos legais. O presidente da câmara já nos habituou a esta sua forma de atuar, mas vai ter que perceber, de uma vez por todas, que este procedimento pouco transparente não funciona. E quanto ao argumento de que poderíamos por em causa o valor do incentivo vindo do Orçamento de Estado este é de todo falacioso pois o incentivo é válido para todo o ano e ainda vamos em abril, ou seja, nada está em causa a não ser a falta de transparência. Está nas suas mãos não perder este importante investimento devendo, para o efeito, agendar novamente a revisão orçamental, discutindo naturalmente as opções e alcançando um consenso alargado. Foi essa a vontade da população, é essa a sua obrigação. Que amanhã, e sempre, os Valonguenses saibam disto!