No último artigo questionava sobre a possibilidade de poder acontecer aquilo a que o País está a assistir, ou seja, a uma ambição desmedida do Partido Socialista que contraria a tradição da democracia portuguesa de deixar governar quem ganhou as eleições. Mas, se fosse hoje, não daria a esse artigo um título que aduzia alguma incredulidade descomprometida mas um outro mais próximo da incredulidade comprometida: Parece mesmo possível.
Os portugueses, a sua grande maioria, onde incluo uma boa parte do eleitorado socialista, não esperava esta atitude de António Costa. Vemos um PS manietado por uma direção que tudo fará para chegar ao Poder não importando o caminho feito por Portugal. Sobretudo, a instabilidade que está a gerar, a ansiedade que está a criar nos portugueses e, mais grave, a desconfiança junto da comunidade internacional e particularmente dos investidores nacionais e internacionais.
Como pode um partido que colocou a sua assinatura nos momentos mais marcantes da história recente de Portugal e na solenidade dos tratados europeus, nos compromissos da construção de uma Europa mais fraterna, esquecer tudo de uma assentada. Como pode este PS estar a negociar o que a sua raiz ideológica e histórica contraria? A negociar com o Bloco a preparação da saída do euro e com o PCP a saída da Europa? Aqui a minha incredulidade comprometida, parece que pode. Tudo se pode para chegar ao poder. E estas reflexões não são tiradas alarmistas. Muito pelo contrário. Veja-se o que disse no início desta semana Jerónimo de Sousa, reafirmando as diferenças que existem no actual modelo e que as mesmas não desaparecem porque se finge que não se ouve e não se vê. “Estão lá”! Estas são palavras de Jerónimo de Sousa. Estão lá e são insuperáveis reafirma para logo a seguir avançar com o chorrilho fácil da defesa do poder sindical e da contratação colectiva. A ver vamos onde isto vai parar se no seio da bancada do Partido Socialista não imperar «duas mãos cheias» de bom senso.
Por Paredes faz dez anos que iniciou um projecto político liderado por Celso Ferreira que transformou o concelho de uma forma ímpar e do qual me orgulho. Nunca se mudou tanto em tão pouco tempo, na área da Educação, da Cultura, da Modernização Administrativa, no Desporto, na Ação Social. Foram dez anos marcados pelo maior investimento de sempre no concelho e nas freguesias de Paredes. Será um assunto ao qual me dedicarei no próximo artigo e a propósito das comemorações desta década de trabalho que o PSD/Paredes vai assinalar no próximo dia 14 de Novembro.
Os tempos por cá são já de notável agitação, o que é natural quando se entra na última etapa do mandato de Celso Ferreira. Com a agitação surgem os amores e desamores, algum cheiro a naftalina, mas o mais importante é a imagem e mensagem que o PSD/Paredes está a transmitir. Uma imagem de unidade e serenidade nas opções que terão de ser realizadas. O último plenário foi um bom exemplo desta perceção sendo de relevar o anúncio da candidatura de Joaquim Neves e a clarividência que demonstrou no propósito de unir o partido e na defesa do nosso projeto político que nos últimos 10 anos transformaram Paredes num concelho mais moderno, atrativo e mais justo.