São 31 enfermeiros que exigem ser readmitidos no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, depois de terem sido dispensados, porque “o ministério das Finanças não aprovou a sua contratação”.
Esta manhã, os profissionais concentraram-se junto ao hospital de Penafiel, porque exigem que os seus contratos de trabalho sejam renovados, uma vez que estão a dar resposta “a necessidades permanentes”, explicou ao Verdadeiro Olhar, Fátima Monteiro, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
A sindicalista explicou que, ao abrigo do plano de contingência, tendo em conta a elevada procura de utentes durante todo o ano, foram abertas instalações de retaguarda, onde os doentes permanecem até terem vaga nos serviços de internamento. Ora, para dar resposta a este aumento das necessidades foram admitidos, em novembro, enfermeiros, com contratos de seis meses.
Em março, foi solicitada autorização para contratualizar estes profissionais. O hospital contratou-os, ao abrigo desse plano de contingência, mas sempre com a expetativa de que o Governo em geral disponibilizasse verba para os poder contratar. “O Ministério da Saúde deu um aval positivo, mas o Ministério das Finanças mandou-os para o desemprego”, lamentou Fátima Monteiro, acrescentando que esta situação se vai “virar contra os profissionais”, que ficam sobrecarregados, “e os utentes”, uma vez que põe em causa a qualidade dos cuidados de saúde.
Fátima Monteiro reconhece que este é um problema transversal a todos os hospitais, mas no caso do Tâmega e Sousa é “grave”, uma vez que serve uma população de “400 mil habitantes”.
A dirigente do SEP lamenta a “situação complicada” que se vive agora neste centro hospitalar, que integra os hospitais de Penafiel (Padre Américo) e Amarante (São Gonçalo). “Temos, por um lado, profissionais que vão para o desemprego e, por outro, utentes que vêm os cuidados de saúde adiados”.
A sindicalista avançou ainda ao Verdadeiro Olhar que este protesto “não vai parar”, sendo estão marcadas greves para os dias 28 e 30 de junho, onde os enfermeiros para exigir melhores condições de trabalho, a contratação de mais profissionais e a contagem de pontos para efeitos de progressão na carreira e “a situação do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa também vai fazer parte deste protesto”.