A obra de remodelação do Estádio das Laranjeiras, em Paredes, está em fase de conclusão. Trata-se de um investimento de cerca de dois milhões de euros e a empreitada vai estar concluída a tempo de ser inaugurada a 13 de Dezembro, dia de aniversário do União de Paredes, afirma o presidente da Câmara de Paredes. A meta é dar uma nova centralidade à cidade de Paredes, atraindo pessoas e gerando dinâmica económica, juntamente com outros equipamentos já concluídos ou em construção, casos do pavilhão, da piscina ao ar livre ou do auditório e centro de congressos.
Alexandre Almeida acompanhou, hoje, numa visita ao Pavilhão Multiusos e Estádio, o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Correia, no âmbito do Roteiro Norte que o governante está a promover no distrito do Porto com a Direcção Regional do Norte do Instituto Português do Desporto e Juventude – IPDJ.
De acordo com a autarquia, “o secretário de Estado felicitou o Município de Paredes pela aposta e pelos investimentos no desporto e nos equipamentos desportivos”.
Autarca quer atrair jogos internacionais e das Selecções
“Paredes perdeu muito por não ter um estádio no centro da cidade”, acredita Alexandre Almeida. Com a transferência dos jogos para a Cidade Desportiva, construída fora do perímetro urbano, houve quase “um divórcio” do União de Paredes com a cidade.
Com a recuperação do Estádio – que contará com uma nova bancada, balneários, ginásio e sala de fisioterapia, sala de imprensa, equipamentos de apoio, um bar exterior e também um espaço onde se pode instalar um restaurante, entre outros –, a meta é que os treinos de todas as camadas se mantenham na Cidade Desportiva, mas que os jogos principais regressem ao Estádio Municipal das Laranjeiras, já a partir de 13 de Dezembro, data do aniversário do clube e dia previsto para a inauguração. “Faz sentido aquela Cidade Desportiva ficar para a formação e treinos do clube, mas o campo principal ser aqui”, diz o edil.
Para o renovado campo, que mantém a antiga bancada de pedra do estádio original, para “perpetuar a memória”, a autarquia também pretende trazer jogos internacionais e de selecções, gerando movimento de pessoas e retorno económico, explica o presidente da Câmara. O autarca está em contactos com a Federação Portuguesa de Futebol para que isso possa acontecer já em 2023. “Um jogo à tarde vai fazer as pessoas virem almoçar, irem ao comércio. Toda a cidade vai ganhar com o estádio aqui”, atesta Alexandre Almeida.
O projecto conta com uma maior projecção do União de Paredes. O estádio terá 2000 lugares sentados, mas pode ser expandido caso o clube alcance outros patamares. De futuro pode nascer uma nova bancada, subindo a lotação para os 5000 lugares sentados e cobertos. “Em caso de jogos da Taça, por exemplo, facilmente conseguimos montar ali uma bancada amovível. No futuro, se o clube almejar subir a outros patamares, facilmente erigimos ali outra bancada para uma lotação já perto dos 5000 lugares sentados e cobertos”, atesta o autarca de Paredes. Também já foi feito investimento em iluminação considerando futuros jogos à noite. “Ao dar visibilidade ao clube vamos dar visibilidade a Paredes”, sustenta o presidente do município.
Este estádio faz parte de um pacote de obras para dar a Paredes “uma sede de concelho forte” e fazer com que possa competir com concelhos vizinhos, o que até agora não acontecia.
Quase foi centro comercial
O Complexo Desportivo das Laranjeiras foi vendido, em 2008, pela Câmara de Paredes à Guedol Engenharia SA, por 8,5 milhões de euros. O objectivo era a construção de um centro comercial naquele espaço, uma obra que nunca avançou. A empresa entrou, entretanto, em insolvência e os equipamentos integravam a massa insolvente. Em Janeiro de 2017, o anterior executivo comprou, em hasta pública, aquele espaço desportivo, por 1,6 milhões de euros. Só que, por não ter dado visto prévio e por considerar que a compra violava a Lei dos Compromissos, o Tribunal de Contas vetou o negócio. Seguiu-se uma negociação do actual executivo que pôs logo em cima da mesa a hipótese de expropriação. Pelo meio, aquele espaço desportivo foi classificado como zona de equipamentos no Plano Director Municipal para evitar o interesse de privados.
Em 2019, foi aprovado um processo expropriativo urgente que avançou, de forma “amigável”, pelos mesmos 1,6 milhões de euros. O estádio, o pavilhão e uns terrenos adjacentes voltaram a ser do município.
Depois disso, o pavilhão já foi requalificado e reconvertido em multiusos. Faltava agora devolver à cidade o Estádio das Laranjeiras. A obra, de cerca de dois milhões de euros, está praticamente concluída.